Análise de ações

WEG cai 18% no ano e Goldman recomenda venda

Goldman reduz projeções e mantém recomendação de venda para WEG; BTG reforça aposta na eficiência energética com motores elétricos

WEG (WEGE3)
WEG (WEGE3) (Foto: reprodução)

Apesar da queda de 18% das ações da WEG (WEGE3) no primeiro semestre de 2025, o Goldmam Sachs manteve recomendação de venda e reduziu o preço-alvo de R$45,70 para r$44,60.

O banco considera que o momento atual, marcado por revisões negativas mas projeções e incertezas externas, ainda oferece pouco espaço para uma reprecificação mais otimista das ações da companhia.

O Goldman Sachs revisou para baixo suas projeções para a WEG, com ajustes de -1% na receita líquida, -2% no Ebitda e -4% no lucro líquido para 2025, 2026 e 2027.

Ainda assim, manteve o múltiplo de preço/lucro estimado em 25 vezes para os próximos 12 meses.

Segundo o banco, o fortalecimento do real frente ao dólar pode dificultar o avanço da receita no segundo semestre, já que cerca de 57% do faturamento da empresa vem do exterior.

A expectativa é que o crescimento da receita líquida desacelere em 2025, passando de 25% no primeiro trimestre para 8% no quarto trimestre, na comparação anual.

Com isso, o foco dos investidores deve seguir voltado para as margens operacionais, especialmente diante dos efeitos cambiais, da composição da receita, ainda com peso relevante dos projetos de energia solar, e da rotação de estoques adquiridos a um câmbio mais elevado.

A projeção do Goldman para a margem Ebitda no segundo trimestre é de 21,7%, levemente acima do 1T25, mas ainda abaixo dos níveis registrados entre 2023 e 2024.

O banco espera que a teleconferência de resultados do 2T25, prevista para 23 de julho, traga atualizações sobre o pipeline de projetos solares, a demanda em segmentos de ciclo curto, os impactos do câmbio sobre os custos e a dinâmica dos fretes — que já foram um ponto negativo no início do ano.

Já o BTG Pactual reforçou a importância estratégica dos motores elétricos, principal linha de produtos da WEG.

De acordo com o banco, esses equipamentos respondem por cerca de 45% do consumo global de eletricidade e 70% do uso energético na indústria, sendo peça-chave na transição para uma matriz mais eficiente e sustentável.

A WEG é vista como uma das líderes globais em motores de baixa tensão, com cerca de 15% de participação de mercado, atrás apenas da ABB.

Para o BTG, a migração para motores mais eficientes, integrados a sistemas de controle como inversores de frequência (drives), representa uma oportunidade relevante.

Esses sistemas otimizam o desempenho dos motores, controlando velocidade, torque e posição, com potencial de reduzir o consumo de energia em até 25%.

Apesar da atuação ainda limitada da WEG no segmento de drives, o banco acredita que a busca crescente por eficiência energética pode impulsionar a expansão da empresa nesse nicho.

O relatório conclui que entender o papel estratégico dos motores elétricos é essencial para avaliar a tese de investimento na companhia.

O BTG reiterou recomendação de compra para as ações da WEG, com preço-alvo de R$ 56.