Análise de mercado

Goldman Sachs corta preço-alvo do Banco do Brasil (BBAS3)

Goldman Sachs aponta riscos com crédito rural, inadimplência e margens pressionadas

(Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)

O Banco do Brasil (BBAS3) enfrenta dificuldades no início de 2025. No primeiro trimestre (1T25), o banco registrou resultados abaixo das expectativas, com lucro líquido ajustado de R$ 7,37 bilhões, queda de 20,7% na comparação anual.

Além disso, as ações da instituição encerraram o primeiro semestre com queda de 8,61%.

Diante desse cenário, alguns investidores aproveitam o começo da segunda metade de 2025 para revisar a tese sobre BBAS3.

O Goldman Sachs está entre eles. O banco americano, que já mantinha recomendação neutra para o Banco do Brasil, decidiu reduzir o preço-alvo das ações de R$ 25 para R$ 23.

Apesar da redução de 8% no preço-alvo, a projeção do Goldman Sachs ainda estima um potencial de valorização de 13,17%, em relação ao último fechamento (30).

Segundo o Goldman Sachs, a revisão do preço-alvo das ações do banco estatal reflete, principalmente, preocupações com a deterioração da carteira de crédito rural.

Atualmente, essa carteira representa 33% do total do Banco do Brasil, uma exposição muito maior que a dos concorrentes privados.

Para comparação, no Bradesco, o crédito rural corresponde a 7% do portfólio, e no Santander, apenas 3%.

Essa alta concentração torna o Banco do Brasil mais vulnerável à crise no setor agrícola, segundo os analistas do Goldman Sachs.

Fatores que embasam a manutenção da recomendação neutra para o papel

  • Projeção de ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) de apenas 11,9% no segundo trimestre de 2025, o patamar mais baixo do atual ciclo;
  • Perspectiva de aumento da inadimplência, o que deve exigir provisões em torno de R$ 13,7 bilhões,valor bem acima das médias históricas;
  • Custo do risco estimado em 4,9% ao longo de 2025;
  • As margens financeiras devem seguir pressionadas, diante da combinação entre taxa Selic elevada e aumento no custo de captação, o que impõe desafios à rentabilidade.

Diante desse contexto, o banco americano tem adotado um tom cauteloso em relação às ações do Banco do Brasil.