
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (2) um acordo comercial com o Vietnã. A medida ocorre a menos de dez dias do fim da suspensão temporária das tarifas recíprocas impostas pelo governo americano a diversos países.
Segundo Trump, o entendimento foi alcançado após negociações com To Lam, secretário-geral do Partido Comunista do Vietnã. O acordo estabelece:
- Uma tarifa de 20% sobre produtos vietnamitas importados pelos EUA;
- Uma tarifa de 40% sobre operações de transbordo de carga (transshipping);
- E a abertura total do mercado vietnamita a produtos americanos, com tarifa zero.
“Eles abrirão seu mercado para os Estados Unidos, o que significa que poderemos vender nossos produtos para o Vietnã com tarifa zero”, escreveu Trump na rede Truth Social.
Empresas como Nike, Apple, Samsung e Intel, que possuem fábricas no Vietnã e exportam para os EUA, devem ser diretamente afetadas pelas novas regras.
Apenas três acordos até agora
A negociação com o Vietnã é o terceiro acordo anunciado pelos Estados Unidos desde que Trump lançou sua nova política tarifária, em abril.
Os outros dois foram firmados com o Reino Unido, em maio, e com a China, no início deste mês.
O prazo oficial da suspensão de 90 dias nas tarifas termina em 9 de julho, mas Trump afirmou que a data “não é fixa” e pode ser ajustada.
“Podemos estender, podemos encurtar. Eu gostaria de encurtar”, declarou o presidente.
Outros acordos
No caso do Reino Unido, o tratado reduziu tarifas e realinhou cotas:
- Os EUA mantiveram a tarifa de 10% sobre produtos britânicos;
- O Reino Unido cortou suas taxas de 5,1% para 1,8% sobre produtos americanos e ampliou o acesso dos EUA ao seu mercado.
Já o acordo com a China prevê:
- Uma tarifa de 10% da China sobre produtos dos EUA;
- E uma tarifa de 55% dos EUA sobre importações chinesas.
Mesmo com esses avanços, os acordos firmados até agora não abrangem a maioria dos mais de 180 países afetados pelas medidas tarifárias impostas por Trump no início de abril.
Apesar de não estar entre os países mais atingidos, o Brasil ainda sente os impactos das tarifas impostas por Washington. Produtos como aço e alumínio, que já eram taxados em 25%, passaram a ter alíquota de 50% desde o início de junho.
As exportações brasileiras e o setor siderúrgico, altamente dependente do mercado externo, são os mais afetados. Especialistas alertam que o país continua fora da agenda prioritária de acordos comerciais dos EUA.