Título de crédito

Duplicatas escriturais são parte da evolução do crédito, diz CEO da ABBC

Evento realizado nesta quarta-feira promoveu debate sobre o tema e lançou um HUB para facilitar o acesso a esse tipo de duplicata.

Leandro Vilain é o atual CEO da ABBC. (Foto: reprodução/Leonardo Rodrigues/Valor Econômico)
Leandro Vilain é o atual CEO da ABBC. (Foto: reprodução/Leonardo Rodrigues/Valor Econômico)

O CEO da ABBC (Associação Brasileira de Bancos), Leandro Vilain, defendeu as duplicatas escriturais como uma parte importante na evolução para melhores ofertas de crédito.

Nesta quarta-feira (2) a Associação promoveu um evento no BC (Banco Central) para discutir a implementação de um novo ecossistema de título de crédito e apresentar o HUB ABBC, um projeto em desenvolvimento para fortalecer a infraestrutura do sistema financeiro. Através do HUB, as instituições financeiras associadas à ABBC terão acesso facilitado às duplicatas escriturais quando elas forem lançadas pelo Banco Central.

“O sistema financeiro tá super engajado em poder melhorar e oferecer as melhores ofertas de crédito, ao melhor preço possível, mas para isso, obviamente, toda estrutura de garantias, precisa precisa evoluir e eu acho que o processo de duplicar cartas escriturais, é parte dessa jornada” declarou Vilain em entrevista ao BPMoney.

Segundo o CEO da ABBC, hoje existe uma carteira de desconto de duplicatas escriturais na ordem de R$ 230 bilhões e, caso todo o processo de atualização seja bem implementado, a expectativa é que, em cinco anos, esse número chegue na casa dos trilhões.

“Estamos desenvolvendo o HUB ABBC de forma colaborativa com nossas associadas, como uma resposta concreta à evolução do mercado. Essa solução nasce para facilitar a conectividade com as escrituradoras, reduzir custos operacionais e ampliar a inclusão de participantes, fortalecendo, assim, a infraestrutura do crédito no país”, conclui.

O evento reuniu em São Paulo reguladores, escrituradoras e instituições financeiras interessados em aprofundar e compartilhar conhecimentos sobre o assunto. De acordo com o calendário regulatório, a duplicata escritural deve entrar em testes homologatórios ainda em 2025 e deve iniciar a operação assistida em 2026. A expectativa é que esse novo título seja amplamente utilizado no varejo e setor de serviços para formalizar vendas a prazo.

O que é uma duplicata escritural

De acordo com a ABBC, a duplicata escritural é a versão digital da duplicata tradicional, um título de crédito que representa uma venda ou prestação de serviço a prazo. Ela é emitida e registrada de forma totalmente eletrônica em sistemas autorizados pelo Banco Central do Brasil (as chamadas escrituradoras). Esse modelo de duplicata dispensa o uso de papel e o registro em cartório, podendo oferecer mais segurança, padronização e eficiência ao mercado.

O modelo é especialmente relevante para o varejo e para empresas que operam com recebíveis, já que garante acesso ao crédito com maior agilidade e menor risco. Sua estruturação se baseia na Lei nº 13.775/2018, na Convenção entre registradoras de 2024 e nas resoluções do Conselho Monetário Nacional e do BCB, formando um arcabouço robusto que proporciona segurança e previsibilidade.