O dólar à vista caiu nesta quarta-feira (2), no menor valor desde agosto do ano passado, retomando o movimento mais recente de baixas em meio à derrubada do decreto do IOF e ao ambiente de juros elevados no Brasil.
Durante a sessão, os investidores também monitoravam as discussões comerciais dos EUA com parceiros antes do prazo para o fim da trégua comercial.
O dólar à vista caiu 0,77% a R$5,4191 na venda. Essa é a menor cotação desde 19 de agosto do ano passado, quando encerrou aos R$5,4134. Em 2025, a divisa acumula baixa de 12,30%.
Já o Ibovespa acabou recuando 0,36%, a 139.050,93 pontos, após superar os 140 mil pontos durante a primeira etapa do pregão, em dia marcado por perfomance robusta da Vale e Petrobras.
Cenário internacional
Donald Trump anunciou na terça-feira que não deve estender prazo de 9 de julho (para que os países negociassem acordos comerciais com os EUA) e continuou a expressar dúvidas de que um acordo pudesse ser alcançado com o Japão, um dos maiores parceiros comerciais de Washington.
As incertezas sobre o panorama do comércio global para a próxima semana afastava o apetite por moedas mais arriscadas no pregão, favorecendo o dólar ente pares do real, como o peso mexicano e o rand sul-africano.
Em outro fator positivo para a divisa dos EUA, operadores têm reduzido um pouco suas apostas recentes em cortes na taxa de juros pelo Fed (Federal Reserve), depois que o presidente Jerome Powell reiterou na terça que o banco central aguarda os impactos das tarifas para determinar a trajetória da política monetária.
O índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – subia 0,46% a 97,083.
As atenções serão retomadas na quinta-feira (3) para a divulgação do relatório de emprego dos EUA para junho, com os mercados em busca de mais sinais sobre o espaço que o Fed terá para reduzir os juros.
Cenário brasileiro
Na cena doméstica, o mercado nacional ainda deve continuar repercutindo a decisão da AGU (Advocacia-Geral da União) de ingressar com ação no STF (Supremo Tribunal Federal) para defender o decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que elevava alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Na frente dos dados, a indústria brasileiro registrou queda em maio pelo segundo mês seguido. Números do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostraram que a produção industrial contraiu 0,5% na comparação com o mês anterior e avançou 3,3% ante o mesmo mês de 2024.