
A Petrobras (PETR4) vai investir cerca de R$ 33 bilhões até 2029 na expansão das operações de refino, petroquímica e geração de energia no estado do Rio de Janeiro. Segundo a companhia, o pacote abrange desde a ampliação da produção de diesel até projetos com foco em insumos químicos e combustíveis sustentáveis.
Do total, R$ 26 bilhões serão aplicados na modernização da Reduc, em Duque de Caxias, e no Complexo de Energias Boaventura (antigo Comperj), em Itaboraí.
Entre os destaques estão a ampliação da produção de querosene de aviação (QAV), lubrificantes e produtos de base renovável, com expectativa de geração de 30 mil empregos.
No Boaventura, a Petrobras estuda produzir insumos para tintas, PET e indústria química, como ácido acético e monoetileno glicol, com o objetivo de reduzir a dependência de importações.
O complexo também receberá duas termelétricas, com foco em futuros leilões de energia.
Outro destaque é o aporte de R$ 4,3 bilhões na ampliação da unidade de polietileno da Braskem (na qual a Petrobras detém 47% do capital votante), aumentando a capacidade produtiva em 230 mil toneladas/ano.
A empresa também investirá R$ 2,4 bilhões em paradas programadas de manutenção na Reduc.
A unidade produzirá SAF (querosene de aviação sustentável) e diesel R7, com 7% de conteúdo renovável, além de abrigar uma nova termelétrica, com investimento de R$ 860 milhões.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, destacou que os investimentos têm como objetivo ampliar a oferta de combustíveis, integrar ativos estratégicos e fortalecer o uso do gás do pré-sal.
Segundo ela, o projeto inicial no estado era de R$ 20 bilhões, mas foi ampliado com novas sinergias e o envolvimento da Braskem.
“Estamos associando ativos para gerar um ciclo virtuoso, produzindo desde plásticos para embalagens até combustíveis mais limpos. É uma cadeia que gera valor, emprego e renda”, afirmou Magda.
Segundo a Petrobras, o gás natural do pré-sal será processado no Boaventura antes de chegar à Reduc e à Braskem. A expectativa é elevar a capacidade conjunta das duas unidades em 110 mil barris por dia.
O presidente da Braskem, Roberto Ramos, afirmou que metade do investimento de R$ 4,3 bilhões será financiada por incentivos do Regime Especial da Indústria Química (Reiq), e o restante poderá vir de empréstimos do BNDES e do mercado de dívida.
“É um investimento endógeno, que não afeta o caixa da Petrobras”, disse ele.