O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (4) que assinou cartas destinadas a 12 países com propostas de tarifas sobre produtos exportados aos EUA. As mensagens, segundo ele, serão enviadas na próxima segunda-feira com uma proposta de “pegar ou largar”.
Sem revelar os países envolvidos, Trump disse que os detalhes serão divulgados no início da semana.
“Assinei algumas cartas e elas serão enviadas na segunda-feira, provavelmente doze”, afirmou a bordo do Air Force One, enquanto viajava para Nova Jersey.
As tarifas fazem parte da nova ofensiva comercial da Casa Branca. Em abril, Trump anunciou uma tarifa básica de 10% e taxas adicionais que poderiam chegar a 50%.
No entanto, os percentuais acima de 10% foram suspensos por 90 dias para permitir negociações, prazo que se encerra em 9 de julho.
Agora, o presidente sinaliza que as tarifas podem ser ainda mais duras, com alíquotas de até 70%, e que a maioria delas deve entrar em vigor a partir de 1º de agosto.
Mudança de estratégia
Inicialmente, a estratégia do governo norte-americano era negociar acordos bilaterais, mas Trump se mostrou frustrado com a falta de avanços, especialmente com Japão e União Europeia.
“As cartas são melhores… é muito mais fácil enviar uma carta”, declarou o presidente.
A abordagem mais direta reflete as dificuldades enfrentadas para concluir acordos complexos, que vão além das tarifas e envolvem barreiras não tarifárias, como proibições agrícolas e exigências regulatórias.
Até agora, os únicos acordos firmados foram com o Reino Unido, que manteve a tarifa básica e obteve vantagens em setores como automóveis e motores aeronáuticos, e com o Vietnã, que garantiu redução de tarifas para 20%, em vez dos 46% anteriormente previstos.
Em contrapartida, produtos dos EUA poderão entrar no mercado vietnamita com isenção.
Um acordo com a Índia não foi fechado, e a União Europeia sinalizou que tentará manter o status atual para evitar a escalada tarifária.