State Grid Brazil holding

China investe R$ 23 bi para escoar energia do Nordeste

Projeto deve beneficiar cerca de 12 milhões de pessoas no Centro-oeste do Brasil.

(Foto: Divulgação/Ari Versiani/PAC)
Usina de Energia Eólica (UEE) em Icaraí, no Ceará (CE) (Foto: Divulgação/Ari Versiani/PAC)

A SGBH (State Grid Brazil holding), uma subsidiária da estatal chinesa Grid Corporation, lançou o primeiro passo da linha de transmissão que escoará eletricidade produzida no Nordeste para o Centro-oeste.

O projeto lançado em 30 de junho deve beneficiar cerca de 12 milhões de pessoas com energia produzida por usinas eólicas, solares e hidroelétricas, disse a CNN Brasil.

Batizada de “Projeto de Ultra Alta tensão no Nordeste do Brasil”, a iniciativa ligará as cidades de Graça Aranha (MA) e Silvânia (GO), passando pelo Tocantins. Serão investidos cerca de R$ 23 bilhões na empreitada

O projeto consiste na construção de uma linha de transmissão de 1.468 Km de extensão em corrente contínua em ultra alta tensão (800kV) e de duas estações conversoras e unidades de apoio em corrente alternada, com capacidade de transmissão de 5 milhões de kW.

A SGBH estima que a obra seja concluída em 2029, com data de início da operação comercial em março de 2030. O prazo da concessão é de 30 anos. Subsidiária também é dona de ativos em diversas regiões e responsável por levantar e gerir a linha que conecta a usina de Belo Monte (Pará) à subestação Terminal Rio, em Paracambi (Rio de Janeiro).

O evento de lançamento da pedra fundamental teve a presença do secretário de Transição Energética do Ministério de Minas e Energia, Gustavo Ataíde, do secretário especial substituto da Casa Civil, Roberto Garibe, do diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Márcio Rea, do governador em exercício de Goiás, Daniel Vilela, e do presidente do Conselho da State Grid Brazil Holding, Sun Tao.

Cortes de energia renovável devem crescer 300% até 2035

Considerado a grande contradição do sistema elétrico brasileiro, o chamado curtailmente – corte de geração de energia renovável, limpa e barata, pelo ONS (Operador Nacional do Sistema), para não sobrecarregar o sistema elétrico durante o dia – deve crescer 300% nos próximos dez anos, mesmo com a inauguração de linhas de transmissão (os famosos linhões), para acomodar a sobreoferta de energia renovável injetada na rede.

A projeção da consultoria Wood Mackenzie, estima que a taxa média de corte no SIN (Sistema Interligado Nacional) em todo o país passará de cerca de 2% em 2025 para 8% em 2035.