
O Goldman Sachs iniciou nesta terça-feira (8) a cobertura das ações da CPFL Energia (CPFE3) com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 41, o que representa um potencial de valorização de apenas 1,2% em relação ao fechamento da véspera (R$ 40,52).
De acordo com os analistas do Goldman Sachs, o retorno total estimado para os próximos 12 meses, incluindo dividendos, é de 7%.
A empresa negocia a uma taxa interna de retorno real (TIR) de 9,3%, superior aos cerca de 7% pagos pelos títulos públicos atrelados à inflação. O dividend yield projetado para 2025 é de 6,8%.
Para os analistas, a CPFL é uma empresa integrada e defensiva dentro do setor elétrico, com operação previsível e presença nos segmentos de distribuição, geração, transmissão e comercialização de energia.
O Goldman classifica a companhia como uma “operadora premium de serviços públicos”, mas ressalta que a ação já negocia próxima de seu valuation justo.
Aproximadamente 79% do valor da empresa está concentrado em atividades reguladas de distribuição e transmissão, e os 21% restantes vêm da geração, com fontes hidrelétricas, eólicas e solares.
A área de geração deve responder por 31% do Ebitda em 2024, com capacidade instalada de 4,2 GW.
Para o Goldman Sachs, a CPFL é a oitava maior operadora do país em receita anual permitida, com 11 concessões, principalmente no Sul e Sudeste. A aquisição da CEEE-T em 2021 fortaleceu a presença da empresa no segmento, que hoje responde por 8% do Ebitda e 7% do valor total da companhia.
A alavancagem está controlada, com dívida líquida equivalente a 2,4 vezes o Ebitda pelo padrão BRGAAP e 2,1 vezes pelo IFRS, bem abaixo do limite de 3,75 vezes dos contratos.
Com cerca de 10,7 milhões de unidades consumidoras, a CPFL é a terceira maior distribuidora em ativos regulatórios líquidos (RAB), segundo estimativas do banco.
O Goldman também destaca a política consistente de dividendos: entre 2019 e 2024, a empresa distribuiu, em média, 85% do lucro recorrente.
A expectativa é que o payout se mantenha em torno de 75% nos próximos anos. O banco projeta ainda um reforço nos rendimentos entre 2028 e 2030, com média de 12%, impulsionado pelo recebimento escalonado de R$ 4,7 bilhões referentes a uma decisão judicial favorável à CPFL Paulista.
Entre os fatores positivos, os analistas citam o aumento da demanda por energia com a eventual instalação de data centers de inteligência artificial em São Paulo e a resolução de ações judiciais pendentes.
Já entre os riscos, estão aquisições sem sinergia, mudanças regulatórias, expansão da geração solar distribuída e condições climáticas desfavoráveis que afetem a produção eólica.