O dólar disparou nesta quinta-feira (10) após Donald Trump, Presidente dos Estados Unidos, anunciar uma taxação de 50% sobre produtos brasileiros. A moeda norte-americana subiu 2,1% logo na abertura, alcançando R$ 5,62.
Apesar de ter recuado levemente para R$ 5,58 às 9h30, a alta ainda refletiu o receio generalizado dos investidores.
Ao mesmo tempo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) respondeu com firmeza. Ele sinalizou que pode aplicar, pela primeira vez, a Lei da Reciprocidade, aprovada em abril. Dessa forma, o Brasil pode retaliar a decisão norte-americana, o que acirra a tensão diplomática e econômica entre os países.
Dólar avança com fuga de capitais e incerteza internacional
O aumento do dólar não ocorreu por acaso. De acordo com o economista Luan Aral, da Genial Investimentos, os investidores retiraram recursos do Brasil após a escalada da crise. Ele explicou que o problema ultrapassou o campo comercial e entrou na esfera política e diplomática.
Além disso, Trump incluiu críticas ao sistema judiciário brasileiro e mencionou o ex-presidente Jair Bolsonaro em sua carta oficial. Isso ampliou a percepção de risco. “O investidor agora hesita. Ele prefere aguardar a definição do cenário antes de aportar recursos”, afirmou Aral.
Dólar forte e incerteza derrubam a bolsa brasileira
Enquanto o dólar subia, a bolsa brasileira registrava queda. Às 10h20, o Ibovespa operava em baixa de 0,25%, aos 137,4 mil pontos. No dia anterior, após o anúncio da sobretaxa, o índice já havia recuado 1,31%.
Consequentemente, o mercado reagiu com cautela. A possibilidade de retaliação brasileira elevou o temor de um conflito comercial mais duradouro. Diversas empresas com exposição ao mercado externo já começaram a rever estratégias.
Governo articula resposta rápida à taxação de Trump
Logo pela manhã, Lula se reuniu com os ministros Rui Costa (Casa Civil), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Sidônio Palmeira (Secom), no Palácio da Alvorada. O objetivo da reunião foi discutir como aplicar a Lei da Reciprocidade de forma estratégica.
Nesse contexto, o governo busca construir uma resposta firme, mas sem comprometer a estabilidade econômica. Ainda assim, investidores seguem atentos a cada sinal emitido pelo Planalto. Afinal, qualquer medida adotada pode influenciar diretamente o fluxo de capital estrangeiro.