A tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada por Donald Trump, pode ter efeitos significativos sobre a economia do Brasil. Um estudo conduzido pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), estima que a medida pode resultar na perda de aproximadamente 110 mil empregos ao longo de um ano.
Além do impacto sobre o mercado de trabalho, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro teria retração de 0,16%, o que representa uma queda de R$ 19,2 bilhões na atividade econômica.
O estudo também projeta que as exportações encolheriam R$ 52 bilhões e as importações cairiam em R$ 33 bilhões.
Segundo os pesquisadores, o efeito combinado da tarifa traria uma redução de 0,21% no emprego total no país — um número equivalente à eliminação de 110 mil vagas formais.
Agro, indústria e comércio seriam os mais atingidos com tarifa dos EUA
Segundo estimativas do Cedeplar/UFMG, o setor agropecuário seria o mais impactado pela tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos, com a perda de cerca de 40 mil empregos.
O comércio e a indústria também sentiriam os efeitos, com cortes de aproximadamente 31 mil e 26 mil postos de trabalho, respectivamente.
Os setores mais prejudicados nas exportações e na produção seriam os de tratores e máquinas agrícolas, carne de aves, aeronaves, embarcações e outros equipamentos de transporte — áreas diretamente ligadas às exportações brasileiras aos EUA.
Em termos de impacto regional, os estados com maiores perdas no PIB seriam São Paulo (R$ 4,4 bilhões), Rio Grande do Sul (R$ 1,9 bilhão), Paraná (R$ 1,9 bilhão), Santa Catarina (R$ 1,74 bilhão) e Minas Gerais (R$ 1,66 bilhão).
O estudo aponta ainda que os efeitos das tarifas não se limitariam ao Brasil: o PIB global poderia recuar 0,12%, o que representa uma perda de US$ 93 bilhões. Já o comércio internacional sofreria uma contração de 2,1%, com impacto estimado em US$ 483 bilhões.