O PT (Partido dos Trabalhadores) intensificou a campanha nas redes sociais para promover a desdolarização entre os países do Brics. O movimento segue a linha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que defende uma nova ordem financeira multipolar.
Recentemente, o partido publicou a frase “Desdolarizai-vos! #OBrasiléSoberano” sobre a imagem do popular vira-lata caramelo. Ao mesmo tempo, a legenda reforçou a ideia de mudança: “Um novo tempo exige coragem para mudar. E o Brasil está pronto para liderar esse caminho”.
Lula exige soberania e propõe alternativas ao dólar
Durante a cúpula do Brics no início de julho, realizada no Rio de Janeiro, Lula reforçou a necessidade de criar alternativas ao dólar. Ele afirmou que os países do bloco devem buscar mecanismos que eliminem a dependência da moeda americana em transações comerciais.
“O mundo precisa encontrar um jeito de que nossas relações comerciais não precisem passar pelo dólar”, declarou. Em seguida, questionou a legitimidade do dólar como padrão global: “Ninguém determinou que o dólar é a moeda padrão. Em que fórum foi decidido isso?”, provocou.
Lula também explicou que a mudança não será imediata. Ainda assim, garantiu que o processo já começou. De acordo com ele, os bancos centrais dos países do Brics conduzirão a transição de forma gradual e coordenada. Segundo o presidente, essa tendência é irreversível.
Trump reage à desdolarização e ameaça o Brics
Enquanto o Brasil propõe um novo caminho, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adotou um tom confrontador. Duas vezes neste ano, ele ameaçou aplicar tarifas de até 100% sobre os países do Brics, caso avancem com uma moeda comum.
Em 8 de julho, Trump endureceu o discurso. “O Brics está tentando destruir o dólar para que outro país torne sua moeda o novo padrão. O dólar é rei, e vamos mantê-lo assim”, afirmou. Além disso, ele alertou que desafiar o dólar resultará em consequências econômicas sérias.
Resistência dentro do bloco freia moeda comum
Apesar do forte discurso político, a criação de uma moeda comum ainda enfrenta obstáculos dentro do próprio Brics. A Índia, por exemplo, já sinalizou que não aceitará medidas que comprometam sua soberania monetária. Com isso, o bloco precisa negociar com cautela para avançar.
Mesmo diante das divergências, o governo brasileiro mantém a proposta como prioridade. Ao investir na campanha digital e nos discursos internacionais, Lula e o PT mostram que desejam posicionar o Brasil como líder do novo cenário monetário global.