
Frigoríficos brasileiros estão avaliando se farão novos embarques de carne bovina para os EUA depois que o presidente Donald Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre o Brasil na semana passada, disse Roberto Perosa, presidente da Abiec (Associação Brasileira de Carne Bovina), à Reuters nesta terça-feira (15).
Os EUA são o segundo maior mercado para a carne bovina do Brasil, depois da China, que é a maior importadora do país sul-americano, segundo dados comerciais.
“Novos embarques estão sob análise do setor privado por conta da alta da tarifa”, disse Perosa.
O anúncio das tarifas afetou o setor bovino do Brasil na semana passada e na segunda-feira (14), com as empresas reduzindo drasticamente as compras de animais devido à incerteza relacionada ao anúncio das tarifas, disse Alcides Torres, consultor de mercado de carne bovina da Scot Consultoria. “O mercado esfriou.”
O Brasil responde por aproximadamente 23% das importações de carne bovina dos EUA, segundo cálculos da Genial Investimentos.
Desde o anúncio de Trump, os frigoríficos têm se esforçado para reprogramar e redirecionar embarques e a produção, disse Perosa na semana passada, observando que algumas empresas já haviam decidido interromper temporariamente a produção destinada aos EUA.
A Minerva obtém cerca de 5% de sua receita líquida com as vendas de carne bovina para os EUA, informou a empresa após o presidente Donald Trump anunciar a imposição da nova tarifa a partir de 1º de agosto.
A empresa disse que não iria comentar.
A recente escassez de gado nos EUA aumentou a demanda do país pelo produto brasileiro, mostram dados comerciais. Segundo analistas, a nova tarifa pode tornar a carne bovina mais cara para o consumidor norte-americano.