A economia chinesa cresceu 5,2% no segundo trimestre deste ano. O resultado positivo, apesar da guerra comercial dos EUA, se deve ao bom desempenho das exportações do país.
O resultado oficial foi divulgado na noite de segunda-feira (14). De acordo com o G1, o resultado corresponde à previsão de uma pesquisa da AFP realizada por analistas na semana passada.
As vendas no varejo, indicador-chave de consumo, avançaram 4,8% em comparação com o ano de 2024. O resultado está abaixo do estimado por economistas da Bloomberg (5,3%), o que sugere que os esforços para reativar o consumo interno ainda não decolaram.
A produção industrial, por outro lado, aumentou 6,8% acima da expectativa de 5,6%. No primeiro trimestre, o PIB da China avançou 5,4%. “A economia nacional resistiu à pressão e mostrou uma melhora constante apesar dos desafios”, disse o vice-diretor do Departamento Nacional de Estatísticas, Sheng Laiyun, em coletiva de imprensa.
“A produção e a demanda cresceram de forma constante, o emprego manteve-se geralmente estável, a renda das famílias continuou a aumentar, os novos motores de crescimento testemunharam um desenvolvimento robusto e o desenvolvimento de alta qualidade alcançou novos avanços”, afirmou o executivo.
Dados sobre exportações
Segundo dados da Admnistração Geral da Alfândega da China, divulgados também na segunda-feira, as exportações aumentaram mais que o esperado no mês de junho. O avanço foi de 5,8% em termos anuais e 32,4% na comparação com o mês anterior. A trégua comercial entre Pequim e Washington ajudou no resultado.
As importações do subiram 1,1% acima do previsto de 0,3%, o que representa o primeiro crescimento do ano.
Wang Lingjun, oficial da alfândega chinesa, afirmou em coletiva de imprensa que Pequim esperava que “os Estados Unidos continuassem a trabalhar juntos com a China na mesma direção”, relatou a emissora estatal CCTV.
O oficial declarou que a trégua tarifaria foi “duramente conquistada”. “Não há saída por meio de chantagem e coerção. Diálogo e cooperação são o caminho certo”, frisou. No entanto, muitos analistas estimam que o crescimento no próximo semestre seja mais lento, com uma demanda frágil como principal obstáculo.
“Os dados provavelmente ainda superestimam a força do crescimento”, afirmou Zichun Huang, economista para a China na Capital Economics, em um comunicado. “Com as exportações destinadas a desacelerar e o impulso de apoio fiscal prestes a desaparecer, é provável que o crescimento desacelere ainda mais durante a segunda metade deste ano”, acrescentou.