O FMI (Fundo Monetário Internacional) detalhou, em uma nota divulgada nesta quinta-feira (18), que projeta crescimento de 2,3% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em 2025, desacelerando em relação à alta de 3,4% em 2024.
Na avaliação feita pelo conselho, a moderação deverá refletir as condições monetárias e financeiras apertadas, redução do impulso fiscal do governo e o aumento da incerteza política global.
A nota foi publicada ao fim da missão do FMI ao Brasil, realizada no mês passado.
A expectativa do Fundo é que o crescimento médio do País fique estabilizado em cerca de 2,5% nos próximos anos, com a normalização da política monetária e os efeitos de reformas recentemente aprovadas.
Como o novo Imposto de IVA (Valor Agregado) e o PTE (Plano de Transformação Ecológica).
Inflação deve atingir a meta só em 2027, diz FMI
Para o FMI, o cenário para o crescimento do Brasil é de risco negativo, em grande parte devido ao aumento da incerteza na política global.
“Os riscos de baixa decorrem, no exterior, de uma desaceleração nas principais economias, em meio a tensões comerciais crescentes e instabilidade política; e, internamente, de efeitos mais fortes do que o esperado do aperto monetário e de um esforço fiscal possivelmente aquém do previsto”, aponta o relatório.
Em relação à inflação, o FMI projeta um IPCA de 5,2% em 2025 e prevê uma convergência lenta à meta de 3%, a ser alcançada apenas no fim de 2027.
No documento, os diretores do Fundo elogiaram o compromisso do BC (Banco Central) com a estabilidade de preços e consideraram adequada a retomada do ciclo de alta da Selic no ano passado, por estar alinhada à convergência inflacionária.
Eles também destacaram a importância da credibilidade das políticas fiscal e monetária para manter as expectativas de inflação sob controle.
Reformas e cenário fiscal
O relatório também reconhece avanços na condução da política fiscal e defende a continuidade das reformas para garantir a sustentabilidade.
Segundo o FMI, os esforços do governo para melhorar a posição fiscal abrem espaço para cortes na taxa de juros e para a retomada de investimentos prioritários.
“Os diretores elogiaram os avanços e recomendaram novos passos para colocar a dívida pública em trajetória firmemente descendente, facilitar a redução dos juros e ampliar o espaço para investimentos essenciais”, diz o texto.
Entre os pontos positivos, o Fundo cita a revisão de gastos tributários ineficientes, o enfrentamento da rigidez orçamentária e a reforma tributária sobre o consumo, que deve impulsionar a produtividade do país.
Também recomendou mudanças no Imposto de Renda para ampliar a progressividade do sistema e fortalecer a arrecadação doméstica.
“Um arcabouço fiscal fortalecido, com uma âncora de médio prazo robusta, aumentaria a credibilidade e a sustentabilidade fiscal”, concluem os diretores.