Projeções

FMI vê alta de 2,3% do PIB em 2025, inflação deve atingir a meta em 2027

A expectativa do Fundo é que o crescimento médio do País fique estabilizado em cerca de 2,5% nos próximos anos

Bandeira do Brasil (Imagem de JoeBamz / Pixabay)
Bandeira do Brasil (Imagem de JoeBamz / Pixabay)


O FMI (Fundo Monetário Internacional) detalhou, em uma nota divulgada nesta quinta-feira (18), que projeta crescimento de 2,3% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em 2025, desacelerando em relação à alta de 3,4% em 2024.

Na avaliação feita pelo conselho, a moderação deverá refletir as condições monetárias e financeiras apertadas, redução do impulso fiscal do governo e o aumento da incerteza política global.

A nota foi publicada ao fim da missão do FMI ao Brasil, realizada no mês passado.

A expectativa do Fundo é que o crescimento médio do País fique estabilizado em cerca de 2,5% nos próximos anos, com a normalização da política monetária e os efeitos de reformas recentemente aprovadas.

Como o novo Imposto de  IVA (Valor Agregado) e o PTE (Plano de Transformação Ecológica).

Inflação deve atingir a meta só em 2027, diz FMI

Para o FMI, o cenário para o crescimento do Brasil é de risco negativo, em grande parte devido ao aumento da incerteza na política global. 

“Os riscos de baixa decorrem, no exterior, de uma desaceleração nas principais economias, em meio a tensões comerciais crescentes e instabilidade política; e, internamente, de efeitos mais fortes do que o esperado do aperto monetário e de um esforço fiscal possivelmente aquém do previsto”, aponta o relatório.

Em relação à inflação, o FMI projeta um IPCA de 5,2% em 2025 e prevê uma convergência lenta à meta de 3%, a ser alcançada apenas no fim de 2027.

No documento, os diretores do Fundo elogiaram o compromisso do BC (Banco Central) com a estabilidade de preços e consideraram adequada a retomada do ciclo de alta da Selic no ano passado, por estar alinhada à convergência inflacionária. 

Eles também destacaram a importância da credibilidade das políticas fiscal e monetária para manter as expectativas de inflação sob controle.

Reformas e cenário fiscal

O relatório também reconhece avanços na condução da política fiscal e defende a continuidade das reformas para garantir a sustentabilidade. 

Segundo o FMI, os esforços do governo para melhorar a posição fiscal abrem espaço para cortes na taxa de juros e para a retomada de investimentos prioritários.

“Os diretores elogiaram os avanços e recomendaram novos passos para colocar a dívida pública em trajetória firmemente descendente, facilitar a redução dos juros e ampliar o espaço para investimentos essenciais”, diz o texto.

Entre os pontos positivos, o Fundo cita a revisão de gastos tributários ineficientes, o enfrentamento da rigidez orçamentária e a reforma tributária sobre o consumo, que deve impulsionar a produtividade do país. 

Também recomendou mudanças no Imposto de Renda para ampliar a progressividade do sistema e fortalecer a arrecadação doméstica.

“Um arcabouço fiscal fortalecido, com uma âncora de médio prazo robusta, aumentaria a credibilidade e a sustentabilidade fiscal”, concluem os diretores.