Relações entre público e privado

Governo se reúne com big techs e Visa para debater tarifaço

Encontro, que foi iniciado às 12h, é comandado pelo presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin

Foto: Agência Brasil
Foto: Agência Brasil

O governo federal se reúne, nesta segunda-feira (21), com empresas americanas do setor da tecnologia para tratar da tarifa de 50% anunciada por Donald Trump sobre a importação de produtos brasileiros.

A reunião acontece no contexto do comitê interministerial criado pelo governo para formular a resposta brasileira à tarifa.

O encontro, que teve início às 12h, é comandado pelo presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin. Participam da reunião representantes de gigantes do setor, como a Apple, Visa, Meta e Google.

Veja a lista de participantes do setor privado:

  • Nuno Lopes Alves, diretor-geral da Visa;
  • Gustavo Lage Norman, vice-presidente de Assuntos Governamentais da Visa;
  • Márcia Miya, Government Affairs Manager da Apple;
  • Gustavo Dias, head jurídico e de Relações Institucionais da América Latina;
  • Yana Dumaresq, diretora de Políticas Públicas da Meta;
  • Daniel Arbix, diretor jurídico do Google;

O encontro segmenta o início da segunda semana de reuniões do comitê, que iniciou na última terça-feira (15), rodadas de conversas com o setor privado.

A ideia do Planalto é aproveitar a interlocução e o acesso dos empresários ao mercado dos EUA para alinhar o discurso entre os setores público e privado e definir a melhor estratégia de negociação.

Alckmin argumenta que, antes de o governo tomar qualquer decisão, é fundamental ouvir o setor privado, que mantém interlocução direta com o mercado norte-americano.

Brasil ‘não vai sair da mesa de negociações’ com EUA

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “não vai sair da mesa de negociações” com os EUA sobre a tarifa de 50% anunciada para produtos brasileiros, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), nesta segunda-feira (21).

Contudo, Haddad não descartou a possibilidade de que o prazo de 1º de agosto — data prevista para o início da vigência das tarifas — chegue sem que o Brasil tenha recebido uma resposta oficial dos EUA.

O governo brasileiro enviou uma carta às autoridades norte-americanas no início da semana passada, reafirmando a solicitação de diálogo e manifestando “indignação” com o anúncio da sobretaxa. O documento foi endereçado ao secretário de Comércio, Howard Lutnick, e ao representante de Comércio, Jamieson Greer.

No texto, o governo destacou o impacto “muito negativo” das tarifas sobre setores importantes de ambas as economias.

Impacto das tarifas e resposta do governo

Em entrevista à CBN, Haddad declarou que há um grupo de estudos analisando o cenário e preparando medidas que poderão ser aplicadas — tanto com base na lei da reciprocidade quanto no apoio direto aos setores afetados pelas tarifas impostas pela gestão do presidente Donald Trump.

Segundo o ministro, essas medidas devem ser apresentadas ao presidente Lula. “Pode ser que tenhamos que recorrer a instrumentos de apoio a setores que estão sendo afetados […] O governo brasileiro está totalmente atento aos efeitos setoriais das tarifas dos Estados Unidos”, afirmou, de acordo com o Money Times.

Haddad culpa relação Trump-Bolsonaro por tarifas, mas Brasil quer negociar

O Brasil mantém sua disposição para negociar as tarifas dos EUA, apesar das incertezas vindas de Washington. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou nesta segunda-feira (21) que o governo brasileiro não quer confrontos, mas sim soluções.

Durante entrevista à rádio CBN, ele afirmou que a origem do impasse comercial está diretamente ligada à relação pessoal entre Donald Trump e Jair Bolsonaro.

Haddad destacou que os Estados Unidos não possuem déficit comercial com o Brasil, o que enfraquece o argumento para a tarifa de 50%. Por isso, segundo ele, a questão é política, e não econômica.