Abipesca

Setor de pescados pede R$ 900 mi em crédito emergencial

O objetivo é reduzir os impactos imediatos da tarifa de 50% imposta pelos EUA aos produtos do Brasil

Pescado (Foto: Mali Maeder/Pexels)
Pescado (Foto: Mali Maeder/Pexels)

A Abipesca (Associação Brasileira das Indústrias de Pescado) protocolou nesta segunda-feira (21) um pedido formal ao governo federal para a criação de uma linha emergencial de crédito para o setor.

O objetivo é reduzir os impactos imediatos da tarifa de 50% imposta pelos EUA aos produtos do Brasil. Segundo a Associação, o mercado norte-americano absorve cerca de 70% dos pescados exportados pelo Brasil. Com a nova taxação, o setor estima que cerca de R$ 300 milhões em produtos estejam parados entre pátios portuários, embarcações e unidades industriais.

A proposta da Abipesca prevê um crédito emergencial de R$ 900 milhões, com seis meses de carência e prazo de 24 meses de pagamento. Após ser protocolado no Palácio do Planalto, o pedido segue para o presidente Luíz Inácio Lula da Silva (PT), disse a Agência Brasil.

Segundo a Associação a taxação levou o setor a enfrentar uma“grave crise de capital de giro”, uma vez que não há como redirecionar essa produção ao mercado interno “que já se encontra abastecido e não absorve os cortes específicos voltados à exportação”.

“Caso não haja uma resposta rápida, 35 indústrias e aproximadamente 20 mil trabalhadores, incluindo pescadores artesanais, podem ser impactados com cortes e paralisações”, afirmou a associação.

No documento protocolado, a Abipesca também solicita que o governo brasileiro intensifique as negociações para reabertura do mercado europeu, fechado às exportações brasileiras de pescado desde 2017.

Setor de pesca paralisa 1.500 toneladas que iam para os EUA

A exportação de pescados brasileiros para os EUA está suspensa. Segundo a Abipesca (Associação Brasileira das Indústrias de Pescados), pelo menos 1.500 toneladas de peixes e frutos do mar deixaram de embarcar para o país norte-americano desde quinta-feira (10).

Jairo Gund, diretor-executivo da Abipesca, explica que há contêiners parados em diversos portos brasileiros, especialmente na Bahia, Ceará e Pernambuco.

Isso porque o tempo para que o produto chegue pelo mar aos EUA é cerca de três semanas.