Mercado digital brasileiro

Amazon passará Magalu na disputa do e-commerce, diz banco

Banco vê disputa cada vez mais acirrada no topo do varejo digital no país, com Meli e Shopee

Foto: Amazon/Reprodução
Foto: Amazon/Reprodução

Três estrangeiros vão intensificar a disputa pela liderança do varejo digital brasileiro. Numa vasta análise sobre o e-commerce nacional, o banco UBS BB projeta que o líder argentino, Mercado Livre, e a vice-lider singapurense, Shopee, vão encarar uma disputa cliente a cliente com a norte-americana, Amazon, que seria alçada à terceira posição – ultrapassando a Magazine Luiza.

Atualmente, o Meli detém 40% do market share (alta anual de 14 pontos), com R$ 140 bilhões do mercado. Em seguida vêm a Shopee, com 15%, o Magalu, com 13%, e Amazon, com 11%.

Expansão exponencial

O banco suíço relembra que, em 2025, a companhia multinacional de Jeff Bezos anunciou investimentos pesados em logística. A empresa inaugurou seu 12º centro de distribuição no país (o maior até então) e aumentou o alcance de seu programa de logística para vendedores parceiros, que pode reduzir custos de entregas em até 89%.

“O mercado parece estar se polarizando em torno de alguns líderes do setor, com o ambiente competitivo ficando mais acirrado entre os principais players, especialmente entre Meli, Shopee e Amazon”, diz o UBS BB, que vê a plataforma argentina como consolidadora.

Ao mesmo tempo, novos entrantes como Shein, Temu e TikTokShop vão ocupar seu espaço, em especial no segmento crossborder, venda para clientes internacionais, e em produtos com tíquete mais baixo – que podem trazer um público novo.

Em três anos, o varejo digital brasileiro deve saltar dos atuais R$ 349 bilhões para somar R$ 590 bilhões em GMV (volume bruto de vendas), crescendo entre 10% e 20% ao ano, projeta o banco no relatório.

O fato relevante foi elaborado por sete analistas da equipe de Vinicius Strano e Kaio Prato. Para este ano, a estimativa é de crescimento de 17%, totalizando R$ 409 bilhões em valor bruto de mercadoria.

Setor do varejo digital

A penetração do e-commerce é de 12,7%, o dobro do período pré-pandemia, quando era de 6,6%, em 2019. Essa métrica deve atingir os 17,4% até 2028. De acordo com o time de analistas, a alta vem impulsionada pela oferta de melhores serviços, melhor logística, aumento da digitalização dos clientes, expansão em categorias com atual baixa penetração e o desenvolvimento de fontes de receitas paralelas para as plataformas de e-commerce, como meios de pagamentos, crédito e anúncios.