Investflix

Clube da Multa

A primeira regra do Clube da Multa é: você nunca entende a regra da multa

Imagem produzida por IA
Imagem produzida por IA

Senhoras e senhores, bem-vindos ao Clube da Multa. Um clube inclusivo, internacional, secreto e, principalmente, indecifrável. Aqui as lutas não são no porão de um bar, mas nas planilhas de importação, nos gabinetes diplomáticos e nos tweets passivo-agressivos de presidentes com complexo de Napoleão.

Certo dia Donald Trump acordou, pegou seu café da manhã, olhou para TV e pensou:
“Sabe o que está faltando no noticiário? Eu!”

E assim começou a guerra das taxas. Uma salva de palmas para a diplomacia tarifária dos tempos modernos, onde um iPhone chinês pode ser mais taxado que pinga na Suécia, e onde importar queijo francês virou quase contrabando gourmet.

O clube cresceu. E agora tem membros no mundo todo.

Venezuela: Marla Singer

Imprevisível, dramática e com um timing perfeito para aparecer do nada.

Sem dar um “oi”, um “bom dia”, ou sequer uma figurinha no WhatsApp, a Venezuela decidiu voltar a cobrar impostos sobre produtos brasileiros.
Sem aviso. Sem motivo. Sem lubrificante.
Um verdadeiro tapa sem mão no parceiro comercial que até ontem mandava soja e recebia diesel.

Um país que, sozinho, já está na lama, e agora ainda resolve soltar a única corda que podia tira-lo do lodo.

Japão: o Narrador Jack

Metódico, obediente e discreto… até descobrir que também pode surtar.

Fechou um acordo com os EUA. Qual? Não sabemos. Nem eles. Pode envolver aço, tofu, pokemón ou NFTs.

“Acabamos de fechar um acordo enorme com o Japão, talvez o maior acordo já feito”, escreveu Trump no Truth Social.

Segundo o Laranja Mecânica – além das taxas recíprocas de 15% – o país vai investir U$550 bi nos EUA, mas não falou como, nem onde, nem com quem.

União Europeia: Robert “Bob” Paulson

Grande, sensível e meio perdido.

Vive no modo “não sei se taxo ou se ignoro”. Acabou negociando. E não foi bom.
Ora ameaça retaliar os EUA, ora finge amar o livre comércio enquanto barra veículos chineses.
Tudo isso enquanto a Alemanha aperta os cintos, a França protesta, e a Itália… bem, a Itália continua fazendo caras em bocas em reuniões do G7.

Estados Unidos: Tyler Durden

O criador do caos.

Acordou um dia e pensou: “E se eu declarasse guerra à lógica?”
Desde então, espalha tarifas como quem joga confete em desfile militar.
Se não gosta de um país, taxa. Se gosta, também. Se nem sabe onde fica, taxa por precaução.
Faz acordos secretos com o Japão, cutuca a China, irrita a Europa e ainda cobra fidelidade do Brasil — mesmo sendo aquele ex tóxico que vive mandando emoji de foguete no inbox.
No fundo, Tyler Durden só quer estar nos holofotes.

Brasil: Haja paciência.

Pra quê, Brasil? PRA QUÊ?!
Pra quê arranjar confusão? É como diria seu pedreiro: Cê é loco, num compensa”.

Tava tudo certo, a gente ali comendo pelas beiradas, entrando com 10% de tarifa disfarçada, quietinho, passando batido no Death Note do Laranjão.
E aí resolve abrir a boca!
Vai lá e solta gracinha sobre o dólar, fala de BRICS na imprensa, tenta ser protagonista do bloco emergente como se alguém tivesse pedido opinião!

Como diria seu amigo dislexo: “Pare de cutucar a vara com onça curta!”

Clube da Multa: A guerra de holofotes

Tentar acompanhar essas tarifas é como tentar dançar tango com um soldado. Não dá.

Se antes o maior medo do comércio internacional era a inflação, hoje é a notificação da Receita Federal.
Nessa luta tarifária, ninguém sai ileso.
Exceto, talvez, o contador — esse sim está ganhando em dólar e rindo em Excel.

E a gente aqui, rezando para que a próxima guerra global seja por inteligência artificial, porque se depender da inteligência natural, a humanidade está perdida.