Personalização de experiências

A análise de dados no centro da personalização de experiências do varejo de moda e calçados

Trata-se de entender preferências de cor, tamanho, estilo e até sensibilidade a preço

Foto: unsplash
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A personalização de experiências no varejo de moda, calçados e acessórios se torna cada vez mais relevante. O comportamento do consumidor passa por transformações constantes neste setor e, para muitos, as lojas físicas ainda são importantes para tocar, experimentar e ver o produto pessoalmente antes de fazer a compra, seja na própria loja ou pela internet. 

Segundo um estudo da McKinsey, marcas que investem em personalização conseguem gerar até 40% mais receita em comparação com empresas que não adotam a estratégia. No varejo de moda, isso significa ir além da sugestão de produtos similares.Trata-se de entender preferências de cor, tamanho, estilo e até sensibilidade a preço para oferecer exatamente o que o cliente quer, no momento certo

Por isso, na era da personalização, a combinação entre dados de comportamento do consumidor e tecnologias de análise tem possibilitado experiências de compra mais relevantes e conectadas aos interesses individuais, um movimento que está transformando o varejo tradicional em uma jornada altamente personalizada.

Uma das tecnologias que ganham força dentro da análise de dados é a Inteligência Artificial. Agentes de IA são capazes de identificar, em tempo real, quais produtos têm maior aceitação entre públicos segmentados por faixa etária, região ou hábitos de consumo, trazem insights para melhorar a gestão do negócio, além de oferecer análises importantes sobre as preferências de cada cliente.

Com isso, campanhas de marketing e ações promocionais tornam-se mais assertivas. Uma cliente que costuma comprar sapatos de salto alto em tons neutros, por exemplo, pode receber uma oferta exclusiva com base nessas preferências, aumentando significativamente a taxa de conversão.

O uso de dados também impulsiona a recomendação personalizada no ambiente online. Plataformas de e-commerce que utilizam inteligência preditiva e machine learning conseguem exibir vitrines dinâmicas, com peças selecionadas de acordo com o histórico de navegação e compra de cada usuário. Esse nível de personalização já começa a migrar para o ponto de venda físico, com tablets, aplicativos e vendedores treinados com informações específicas sobre cada consumidor.

Outro impacto relevante é na gestão de estoque. Com dados de venda em tempo real e análise de comportamento, varejistas conseguem ajustar o mix de produtos por loja e reduzir excessos ou falta de itens, otimizando a operação e garantindo que o cliente encontre o que procura. Essa visão integrada da jornada de compra é essencial em um mercado marcado por sazonalidade e tendências rápidas.

Os clubes de fidelidade também podem ser desenvolvidos com base em análise de dados, entendendo o comportamento de consumo de cada cliente, seus gostos e preferências. Dessa forma, as experiências de compra se tornam mais personalizadas e únicas. O cliente precisa ser tratado de forma exclusiva, com um acompanhamento próximo. Assim, cria-se um verdadeiro relacionamento com a marca, gerando maior fidelização e aumento de vendas para o varejista.

A análise de dados está redefinindo as experiências de compras dos clientes com as marcas e a IA é peça chave para implementar ideias, trazer insights valiosos, tomar decisões assertivas e desenvolver os negócios de forma eficiente. O futuro do varejo de moda, calçados e acessórios passa pelo entendimento profundo de quem é o consumidor e o uso das informações de forma inteligente.

Rafael Reolon é diretor de Retail da Linx, empresa especialista em tecnologia para o varejo