Anuário Estatístico da Agricultura Familiar

Rendimento de trabalhador rural sobe 5,5% no 1º trimestre

Também foi registrado, pelo terceiro ano consecutivo, a redução do desemprego feminino no campo. Em 2024, a taxa foi de 7,6% - a menor desde 2015

Mulher no campo (Foto: Tima Miroshnichenko/Pexels)
Mulher no campo (Foto: Tima Miroshnichenko/Pexels)

De acordo com Anuário Estatístico da Agricultura Familiar, o rendimento mensal dos trabalhadores da agropecuária cresce 5,5% no primeiro trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado. Em termos absolutos, o salário de quem trabalha na agropecuária passou no período de R$ 2.022 para R$ 2.133.

O estudo realizado pela Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores Agricultoras Familiares) e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) abrange empregados em atividades de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, disse a Agência Brasil.

O rendimento médio nacional resulta na grande variação do valor dos salários nas cinco regiões do Brasil. No norte, o rendimento médio teve o incremento de 21%; no Nordeste, 7,5%; no Sudeste, 1,7%; e no Sul, 9,7%.

A região Centro-oeste foi a única que registrou perda de renda (7,9%). A despeito do mal resultado, a região mantém o maior valor médio pago de salário R$ 3.492; o valor é bem acima dos valores do Nordeste (R$ 1.081) e do Norte (R$ 1.997); e também superior ao Sudeste (R$ 3.147) e ao Sul (R$ 3.147).

Segundo Vânia Marques Pinto, presidente da Contag, a finalidade do anuário é de fazer o monitoramento das remunerações e direcionar a atuação da entidade. “A Contag vem pautando os entes federativos para rever e qualificar políticas públicas para os povos do campo, da floresta e das águas”, disse em nota à imprensa.

Redução do desemprego feminino no campo

Também foi registrado, pelo terceiro ano consecutivo, a redução do desemprego feminino no campo. Em 2024, a taxa foi de 7,6% – a menor desde 2015.

Afora a aceleração da atividade econômica, que abre vagas para ambos os sexos e permite ganhos salariais, Contag e Dieese assinalam um fator não conjuntural para a melhoria da oferta de emprego entre as mulheres no campo: a qualificação da força de trabalho feminina.

“Segundo a pesquisa, o nível de instrução das mulheres acima de 15 anos que moram em zonas rurais avançou significativamente entre os anos de 2012 e 2024. O percentual das que possuem Ensino Superior triplicou, saindo de 2% para 6%. A fatia daquelas que concluíram o Ensino Médio também subiu significativamente, passando de 14% para 25% no período. Ao mesmo tempo, a população feminina rural sem instrução e com menos de um ano de estudo recuou de 14% para 10%, enquanto a parcela com Ensino Fundamental incompleto caiu de 50% para 38%”, registra a nota da Contag.