Aumentando o alcance

Lei Magnitsky: Eduardo quer sanções contra Moraes na Europa

Mobilização deve ter início após a conclusão das sanções impostas pelo governo norte-americano ao ministro; intuito é replicas as sanções na Europa

À esquerda, o ministro Alexandre de Moraes, do STF; à direita, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL). Créditos: Nelson Jr./ SCO/ STF e Vinicius Loures/ Câmara dos Deputados
À esquerda, o ministro Alexandre de Moraes, do STF; à direita, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL). Créditos: Nelson Jr./ SCO/ STF e Vinicius Loures/ Câmara dos Deputados

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) e o jornalista Paulo Figueiredo pretendem articular sanções contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, em países europeus. A empreitada deve acontecer neste segundo semestre.

A mobilização terá início após a conclusão das sanções impostas pelo governo norte-americano ao ministro do STF. A ideia é replicar em países europeus as sanções anunciadas pelos EUA. O deputado e o jornalista têm se colocado como interlocutores da Casa Branca.

Os destinos buscados para viabilizar a aplicação de sanções ao ministro inclui: Portugal, Itália, Holanda, Hungria, Polônia, Alemanha e o Parlamento Europeu.

EUA impõem sanção da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes

Os EUA anunciaram nesta quarta-feira (30), a inclusão do nome do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, no grupo de indivíduos sancionados pela Lei Magnitsky. A decisão foi Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), órgão vinculado ao Departamento do Tesouro.

“Alexandre de Moraes assumiu a responsabilidade de ser juiz e júri em uma caça às bruxas ilegal contra cidadãos e empresas americanas e brasileiras”, disse o Secretário do Tesouro, Scott Bessent, em nota. “Moraes é responsável por uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias que violam os direitos humanos e processos politizados — inclusive contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A ação de hoje deixa claro que o Tesouro continuará a responsabilizar aqueles que ameaçam os interesses dos EUA e as liberdades de nossos cidadãos.”

Segundo o governo americano, todos os eventuais bens de Alexandre de Moraes nos EUA estão bloqueados, assim como qualquer empresa que esteja ligada a ele. O ministro também não pode realizar transações com cidadãos e empresas dos EUA — usando cartões de crédito de bandeira americana, por exemplo.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, mencionou diretamente uma suposta “caça às bruxas” tendo o ex-presidente Jair Bolsonaro como alvo por parte do ministro.

No último dia 18, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, havia anunciado a revogação dos vistos americanos de ministros do STF e seus parentes, citando nominalmente o Alexandre de Moraes.

Para justificar a medida, o secretário americano citou o processo que corre no STF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Réu por tentativa de golpe de Estado e ataque a democracia.

Lei Magnitsky

Criada em 2012, a lei mirava autoridades russas envolvidas na morte do advogado Sergei Magnitsky. No entanto, em 2016 houve o entendimento que a lei poderia ser usada globalmente para outros casos de corrupção, vínculos com o crime organizado e violações mais amplas de direitos humanos.

Desde então dezenas de pessoas já foram alvo de sanções com base na Lei Magnitsky.