Dia histórico

Ibovespa fecha em alta com isenções ao tarifaço; dólar sobe

O dólar comercial subiu 0,38 %, a R$ 5,59.

(Foto: Unplash / Ibovespa)
(Foto: Unplash / Ibovespa)

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta quarta-feira (30) com alta de 0,95%, aos 133.989,74 pontos. O dólar comercial subiu 0,38 %, a R$ 5,59.

O mercado e os jornalistas não podem dizer que o dia de hoje foi parado: em plena Super Quarta, faltando um dia para a data limite para a tarifa de 50% dos EUA, Donald Trump fez uma nova investida em que mistura política comercial com posicionamento político.

Em meio a acusações da direita após a prisão de Carla Zambelli na Itália, Trump aplicou o bloqueio de bens de Alexandre de Moraes (persona non grata entre o grupo) nos EUA com base na Lei Magnitsky.

“Alexandre de Moraes assumiu a responsabilidade de ser juiz e júri em uma caça às bruxas ilegal contra cidadãos e empresas americanas e brasileiras”, disse o Secretário do Tesouro, Scott Bessent, em nota. “Moraes é responsável por uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias que violam os direitos humanos e processos politizados — inclusive contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A ação de hoje deixa claro que o Tesouro continuará a responsabilizar aqueles que ameaçam os interesses dos EUA e as liberdades de nossos cidadãos.”

Além dos EUA, Eduardo Bolsonaro agora está articulando para que a medida seja estendida à Europa.

E, num piscar de olhos, o Ibovespa e as redações tiveram mais uma breaking news para dar conta: Trump assinou ordem para tarifa de 50% ao Brasil. Apesar de a notícia não ser a ideal, alguns setores do mercado brasileiros respiraram aliviados, já que petróleo, suco de laranja e aviões são isentos do tarifaço.

Com tantas emoções, o dólar teve um dia de alta volatilidade. A divisa que estava operando em alta, seguindo a tendência global, passou a cair após o anúncio de isenção de alguns produtos às novas tarifas. Ainda assim, a divisa terminou o dia em alta.

O dólar oscilou entre R$5,630 e R$5,536. O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, com queda/alta de 1,04%, aos 99,94 pontos.

Maiores altas e maiores quedas: EMBR3 e EGIE3

O pregão da B3 fechou com a Embrar (EMBRE3) liderando as maiores altas, com aumento de 11,29%. A empresa é seguida pela GPA (PCAR3), com alta de 5,51%. A terceira foi a Magazine Luíza (MGLU3), com crescimento de 4,87% e a lista verde fecha com Yduqs (YDUQ3), alta de 4,21%.

A lista vermelha é encabeçada pela Engie (EGIE3), com recuo de 2,34%. A empresa é seguida pela Raia Drogasil (RADL3), recuo de 2,16%. Bradespar (BRAP4) fechou com recuo de 2,16% e a lista fecha com a Vale (VALE3), queda de 2,13%.

Variações por setor

No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) avançaram 1,63% e 1,31%. Prio (PRIO3) valorizou 1,18%. PetroReconcavo (RECV3) recuou 1,73%.

Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) caiu 0,62%. Gerdau (GGBR4) registrou queda de 0,54%. Usiminas (USIM5) valorizou 0,72%. CSN (CMIN3) recuou 0,20%.

No setor bancário, Itaú (ITUB4) operou em baixa e fechou com avanço de 0,58%. Banco do Brasil (BBAS3) avançou 0,050%. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com desvalorização de 0,19% e valorização de 0,11%, em sequência.

Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 2,79%. As Lojas Renner (LREN3) fecharam com recuo de 0,12%. Vivara (VIVA3) teve alta de 2,72%.

Índices dos EUA

As principais bolsas de Wall Street terminaram o dia mistos após anúncio de taxa de juros do Fed. Os índices S&P 500 recuou 0,12% x%; Nasdaq avançou 0,15%; e Dow Jones caiu 0,38%.

O FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto) do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) decidiu, nesta quarta-feira (30), manter a taxa de juros norte-americana inalterada entre 4,25% e 4,50% ao ano. Esta é a sexta reunião consecutiva em que a autoridade monetária opta pela manutenção da taxa.

A decisão divulgada hoje não foi unânime; dois membros do FOMC votaram por retirar 0,25 ponto percentual das taxas de juros.

Durante a entrevista coletiva, concedida após a divulgação dos dados, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, declarou que, caso os riscos às metas anuais se equilibrem, a postura diante dos juros pode se tornar mais neutra.

Claudio Pires, sócio-diretor da MAG Investimentos, comentou a decisão do banco central norte-americano.

“Conforme esperado, o Fomc manteve os juros inalterados – em decisão não unânime. Dois membros votaram por corte de 0,25 p.p e houve uma ausência. Na entrevista pós decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, reconheceu a desaceleração da economia, embora tenha mencionado a continuidade do mercado de trabalho robusto e a inflação ainda acima da meta. Para setembro, nosso cenário base indica corte de juros pelo Fed, embora reconheçamos que ganhou força o cenário alternativo de postergação desse movimento de corte para dezembro.”

Apesar da expectativa do mercado, Powell declarou que ainda não foi tomada nenhuma decisão sobre a reunião de setembro.