O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta sexta-feira (1º) com queda de 0,48%, aos 132.437,39 pontos. O dólar comercial desceu 1,01 %, a R$ 5,54.
Após uma semana já lotada, os investidores no Brasil tiveram um susto pela manhã. A B3 ficou com suas cotações fora do ar por cerca de três horas, segundo informou a própria empresa, que atribuiu o problema a uma falha no sistema de disseminação de dados de mercado.
Procurada pela reportagem do O Globo, a B3 afirmou que “a publicação de seus índices no Market Data ainda não foi atualizada por uma questão técnica já em tratamento pelos times da companhia”, e que trabalha para normalizar o ocorrido “o quanto antes”.
“Ainda assim, o Ibovespa futuro chegou a subir cerca de mais cedo, embalado pela leitura de que o relatório de emprego nos Estados Unidos reforça a possibilidade de corte de juros pelo Fed já em setembro”, comentou Christian Iarussi, economista e sócio da The Hill Capital.
“Mas ao longo do dia, ficou claro que o movimento perdeu força. O índice passou a acompanhar o cenário externo mais negativo, ainda que com perdas mais moderadas que as bolsas de Nova York.”
A queda global do petróleo diante de temores de uma menor demanda global pressionou ações ligadas ao setor e impactou os papéis da Petrobras (PETR3;PETR4) – que terminaram o dia em queda.
O dólar oscilou entre R$ 5,628 e R$ 5,528. O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, com queda/alta de 1,24%, aos 98,82 pontos.
Maiores altas e maiores quedas
O pregão da B3 fechou com a Marcopolo (POMO4) liderando as maiores altas, com aumento de 5,58%. A empresa é seguida pela Auren Energia (AURE3), com alta de 4,10%. A terceira foi a Assaí (ASAI3), com crescimento de 3,30% e a lista verde fecha com Petz (PETZ3), alta de 2,54%.
A lista vermelha é encabeçada pela Banco do Brasil (BBAS3), com recuo de 6,85%. A empresa é seguida pela Cia Siderúrgica Nacional (CSNA3), recuo de 4,99%. Gerdau (GGBR4) fechou com recuo de 4,69% e a lista fecha com a Metalúrgica Gerdau (GOAU4), queda de 3,95%
Variações por setor
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 1,42% e 1,32%. Prio (PRIO3) desvalorizou 2,84%. PetroReconcavo (RECV3) recuou 0,60%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) subiu 0,54%. Gerdau (GGBR4) registrou queda de 4,69%. Usiminas (USIM5) valorizou 0,23%. CSN (CMIN3) recuou 1,18%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) fechou com recuo de 0,61%. Banco do Brasil (BBAS3) recuou 6,85%. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com valorização 0,19% e desvalorização 0,64%, respectivamente.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 2,27%. As Lojas Renner (LREN3) fecharam com recuo de 1,35%. Vivara (VIVA3) teve alta de 1,18%.
Índices dos EUA
As principais bolsas de Wall Street terminaram o dia em queda Os índices S&P 500 e Nasdaq avançaram 1,60% e 2,24%, respectivamente. Dow Jones também caiu 1,23%.
O recuo das bolsas dos EUA se deve uma precisão de queda no juro mais próxima após os resultados do Payroll, mais fracos que o esperado.
Os EUA criaram 73 mil vagas de emprego em julho, segundo o relatório payroll divulgado nesta sexta-feira (1) pelo Departamento do Trabalho do país. A taxa de desemprego subiu para 4,2%, com 7,2 milhões de pessoas desempregadas no país no fim do mês.
“Na minha leitura, o mercado de trabalho começa a dar sinais mais evidentes de fraqueza, o que pressiona o Fed a antecipar cortes de juros. Essa percepção fez os juros dos Treasuries recuarem, o dólar perder força no exterior, Em contrapartida, os principais índices de ações em Wall Street operam no vermelho”, analisou Christian Iarussi.
“Além disso, na minha visão, o anúncio de novas tarifas comerciais pelo ex-presidente Donald Trump ampliou o tom de cautela nos mercados. O pacote atinge 69 países, incluindo o Brasil, que pode enfrentar sobretaxas de até 40% em determinados produtos. A medida adiciona um novo fator de incerteza ao comércio global e impacta setores ligados à exportação e commodities.”