O presidente norte-americano, Donald Trump, disse nesta sexta-feira (1º) que o presidente Lula pode ligar para ele “a qualquer momento” para discutir tarifas e outros conflitos entre os países.
Em entrevista à repórteres na Casa Branca, Trump disse: “Ele pode falar comigo quando quiser. Vamos ver o que acontece, eu amo o povo brasileiro” e finalizou afirmando que “as pessoas que governam o Brasil fizeram a coisa errada”.
A falta de Trump acontece logo após a finalização das tarifas de 50% aos importados brasileiros. O governo americano justificou as tarifas como uma “emergência nacional” em razão das políticas e ações “incomuns” e “extraordinárias” do governo brasileiro.
‘Pacotão de isenção’
Cerca de 44,6% das exportações brasileiras foram ‘poupadas’ do tarifaço, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
A ordem executiva traz uma lista com cerca de 700 produtos que ficaram de fora da sobretaxa. Entre eles estão aviões, celulose, suco de laranja, petróleo e minério de ferro. Para esses itens, continua valendo a tarifa de 10% anunciada em abril.
Petróleo, suco de laranja e aviões são isentos do tarifaço
Em anúncio oficial sobre os produtos exportados aos EUA divulgado pela Casa Branca, nesta quarta-feira (30), petróleo, laranja e aviões escapam do tarifaço e serão isentos de tarifas.
A Embraer (EMBR3) apresentou alta de 10% em seus papéis no momento exato do anúncio de isenção tarifária. Especialistas do banco Santander (SANB11) analisam que a fabricante brasileira de aeronaves seria a mais exposta às tarifas do presidente americano. Os analistas do banco calculam que 60% das receitas da companhia em 2024 vieram de exportações para os EUA. Desse total, 26% são de bens produzidos no território brasileiro e vendidos no mercado americano.
Além dos já citados, também foram poupados do tarifaço: celulose, carvão, aço e seus subprodutos. Castanhas de origem nacional e outros itens também não sofrerão com a alíquota mais elevada.
Contudo, desde junho, todo aço que entra nos Estados Unidos já é tarifado com uma alíquota global de 50%. Logo após o Canadá, o Brasil figura como o segundo maior exportador de “aço e ferro” aos norte-americanos.
Produtos como carne, café e frutas, fortemente exportados aos EUA, não apareceram na lista.