O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou nesta segunda-feira (4) a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão ocorre após ele descumprir medidas cautelares que o proibiam de usar redes sociais ou se comunicar com outros investigados.
De acordo com Moraes, Bolsonaro utilizou perfis de seus filhos parlamentares e de aliados para divulgar mensagens com ataques ao STF e apelos à intervenção estrangeira. Embora não tenha publicado em seus próprios canais, o ex-presidente produziu conteúdo e direcionou sua divulgação, o que, segundo o ministro, configurou clara tentativa de burlar a decisão judicial.
Além disso, o despacho afirma que Bolsonaro manteve influência ativa no ambiente digital, mesmo com restrições. Por isso, Moraes concluiu que medidas mais rigorosas se tornaram necessárias.
Prisão domiciliar de Bolsonaro impõe tornozeleira eletrônica, retira celulares e restringe visitas
A partir da decisão, Bolsonaro deverá cumprir prisão domiciliar em sua residência oficial. Ele será monitorado por tornozeleira eletrônica e poderá receber apenas familiares próximos e advogados. A Polícia Federal também recolheu todos os celulares disponíveis no local, para impedir novas violações.
Além disso, o ministro justificou as novas restrições como essenciais para evitar a “reiteração delitiva do réu”. Segundo Moraes, Bolsonaro já havia violado proibições anteriores, o que compromete a credibilidade do processo.
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Logo após a decisão, agentes da Polícia Federal realizaram buscas na casa de Bolsonaro, cumprindo as ordens do STF. O ex-presidente, até o momento, não se pronunciou oficialmente sobre a medida.
Prisão domiciliar de Bolsonaro reforça tensão política e provoca manifestações pelo país
A prisão domiciliar ocorre no contexto da investigação sobre a tentativa de golpe após as eleições de 2022, na qual Bolsonaro já é réu. Outras ações penais contra ele também seguem em tramitação no Supremo.
Em resposta, apoiadores do ex-presidente se mobilizaram rapidamente. Manifestações foram registradas nas cinco regiões do país. Enquanto aliados classificam a decisão como perseguição, setores jurídicos a consideram uma medida proporcional e necessária para preservar a democracia.
Além disso, analistas políticos avaliam que a decisão de Moraes impacta diretamente o campo da direita, já que Bolsonaro, embora inelegível, ainda exerce forte influência sobre seu eleitorado.
Por fim, a defesa do ex-presidente deve apresentar recurso nos próximos dias. A situação segue em desenvolvimento e pode desencadear novas ações judiciais ou políticas.
