Dizem analistas do setor

Educação financeira é a chave para o tema cripto no Brasil

Gustavo Bispo e Lucas Carapiá comentaram sobre o tema em entrevista oficial ao Portal BP Money

Gustavo Bispo, à esquerda, e Lucas Carapiá, à direita. Foto: BP Money
Gustavo Bispo, à esquerda, e Lucas Carapiá, à direita. Foto: BP Money

O mercado de criptoativos no Brasil tem crescido exponencialmente a cada dia e tem se tornado um desafio compreender e dividir com o máximo de pessoas para que facilite o acesso a essa mudança pela qual o país passa. 

Gustavo Guitzel, sócio e assessor private de investimentos da SVN Investimentos, e Lucas Carapiá, advogado criminalista e especialista em Direito de Criptoativos, comentaram sobre a importância de se ter educação financeira no setor.

“A educação é o ponto principal. A informação é a chave. Acredito que o trabalho de informar e capacitar em relação a esse tema é de suma importância, pois sem informação não tem como andar, nem tem como os investidores se qualificarem nesse ponto [do mercado de cripto ativos]”, diz Gustavo.

“A educação é o que vai projetar o mercado, e somente através dela, que saberemos como agir nessa situação. Só a educação resolve para que as pessoas não acabem caindo em tantos golpes”, completa Lucas.

Bancos tradicionais podem abrir portas para cripto no país

O mercado de criptoativos ainda é bem nichado e pouco acessível à grande massa da população. Perguntado sobre se o investidor doméstico está preparado em termos de perfil e informação para lidar com os ativos digitais, Lucas Carapiá, advogado criminalista e especialista em Direito de Criptoativos, diz que tem duas perspectivas sobre o processo.

“No ponto de vista racional, o brasileiro confia muito nas instituições, nos bancos, cartórios […] a partir do momento em que os criptoativos começarem a ser oferecidos pelas instituições em que o brasileiro já confia […] vai haver uma ampliação na utilização”, diz Lucas.

“Emocionalmente falando, eu tenho certeza que […] quando o mercado de criptoativos estiverem melhor esclarecidos, acredito que o crescimento do investimento em cripto vai crescer muito”, finaliza Carapiá.

Gustavo Guitzel, assessor de investimentos da SVN Investimentos, comenta que o perfil do investidor brasileiro varia muito, acerca da questão de investimentos.

“O perfil é uma coisa muito variável. O Brasil é muito engajado com a questão de tecnologia e novidades […] a procura por esses mercados de grandes retornos é natural, porém é importante investir em educação e no acompanhamento de pessoas qualificadas e certificadas e com capacidade de guiar cada investidor”, diz Guitzel.

Regulação cripto enfrenta desafio no Brasil, diz Carapiá

A demanda por criptoativos têm crescido a cada dia. Todos os dias clientes procuram aprender e entender sobre o mercado cripto e blockchain no Brasil. Lucas Carapiá, advogado criminalista e especialista em Direito dos Criptoativos, participou de entrevista coletiva exclusiva ao Portal BP Money.

“Existe um cenário de desconfiança regulatória no Brasil. Apesar de que já temos instituições que consolidaram suas primeiras regulações, como a CVM, a Receita Federal e, mais recentemente, foi aprovada a lei 14478/2022, que é o marco legal [de criptoativos]. Isso fez com que as instituições tivessem mais segurança com o Brasil sobre o caminho que seria dado”, cita Lucas.

“O Banco Central vai assumir o setor de criptoativos no Brasil. O BC tem trabalhado com uma série de regulações, entretanto, ele acabou excluindo uma série de ativos que podem estar dentro da blockchain, sobretudo, a questão de valor mobiliário que deve ser regulado pela CVM e não pelo BC”, sinaliza Carapiá.

Ele também cita que “a regulação tem caminhado para uma centralização que dará os primeiros passos [do setor cripto]. A minha dúvida que fica é em relação aos aspectos descentralizados, aos protocolos descentralizados […] nesses casos a gente não tem, exatamente, uma possibilidade de impor sanções, de impor medidas ou de estabelecer uma regulação mais efetiva. Então eu acredito que esse é o cenário mais incerto acerca do mercado cripto no Brasil”, finaliza Lucas.