
Após o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), dizer que não iria mais aceitar a obstrução dos trabalhos no plenário, a oposição decidiu encerrar na manhã desta quinta-feira (7) a ocupação da Mesa Diretora, e permitiu a realização da sessão que foi convocada desde a tarde de ontem.
Ao final de reunião com líderes já na noite desta quarta (6), Alcolumbre divulgou uma nota pública repudiando a estratégia da oposição de ocupar os plenários da Câmara e do Senado.
“O Senado não será refém de ações que visem desestabilizar seu funcionamento”, declarou o presidente do Senado na nota, acrescentando que a democracia exige “diálogo, responsabilidade e firmeza”.
Diante da postura de Alcolumbre, o líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), anunciou o fim da ocupação, e afirmou que foi garantido o apoio de 41 senadores para apresentar um pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Estamos fazendo um gesto de restabelecimento da normalidade. Estamos nos retirando da mesa do Senado da República para que os trabalhos possam fluir normalmente”, afirmou Marinho.
Senado retoma trabalhos após obstrução
Após a oposição desocupar o plenário, o senador Davi Alcolumbre presidiu uma sessão na manhã desta quinta e garantiu a aprovação de quatro projetos que estavam em pauta.
A sessão durou apenas 20 minutos, e o principal projeto aprovado, de forma simbólica, foi o PL 2692/2025, que altera a tabela mensal do Imposto de Renda (IR) a fim de garantir a isenção para quem recebe até dois salários mínimos (atualmente R$ 3.036) a partir de maio de 2025.
Como já havia sido aprovado pela Câmara dos Deputados, o projeto agora vai à sanção do presidente Lula.
O PL 2692/25, de autoria do deputado José Guimarães (PT-CE), e que foi relatado pelo senador Jaques Wagner (PT-BA), repete o texto da medida provisória 1294/25, que perde a vigência no próximo dia 11.
O texto corrige a primeira faixa da tabela e eleva o limite de aplicação da alíquota zero, que passará de R$ 2.259,20 para R$ 2.428,80.
Segundo a equipe econômica do governo, o reajuste para essa faixa implicará renúncia fiscal de R$ 3,29 bilhões neste ano.
As pessoas que ganham até dois salários mínimos já eram isentas em anos anteriores. No entanto, o governo precisou atualizar a tabela do Imposto de Renda em razão do reajuste do salário mínimo que passou a valer a partir do mês de maio.