Plano de expansão

EMS prepara oferta de US$ 500 mi para comprar a Medley

A farmacêutica brasileira justifica a aposta pela aquisição, devido a sinergia do negócio, logística e um caixa livre

Empresário Carlos Sanchez. Foto: Reprodução/ NeoFeed
Empresário Carlos Sanchez. Foto: Reprodução/ NeoFeed

A farmacêutica EMS, líder do mercado de medicamentos genéricos do Brasil, está preparando uma oferta na ordem de US$ 500 milhões à francesa Sanofi pela Medley, disseram fontes próximas das movimentações ao portal NeoFeed.

A empresa americana de consultoria financeira, Lazard, foi contratada pela gigante francesa para vender a operação de genéricos no Brasil. A primeira ação, já em execução, foi organizar o spin-off da Medley com as operações da Sanofi, preparando o terreno para a venda.

Na prática, o CEO da Sanofi no Brasil, Fernando Sampaio, já não responde mais diretamente pela empresa de genéricos, que foi comprada em 2009, da família Negrão, por R$ 1,5 bilhão. Desde o início de agosto, Lucia Armada Rossat ocupa o posto de diretora geral. Ainda que a executiva se reporte a Sampaio, o movimento integra o plano de independência da empresa brasileira. A produção, inclusive, já não é mais compartilhada.

O assessor financeiro também já iniciou o processo de cadastro com possíveis interessados, mas a perspectiva é que o processo de venda seja efetivamente iniciado em janeiro, com previsão de conclusão até o fim do primeiro semestre de 2026. A Sanofi pretende atingir US$ 1 bilhão pelo ativo, o dobro do que a EMS pretende oferecer, de acordo com apuração do NeoFeed.

Principais motivações para a aquisição

A racional da compra da Medley pela EMS está na possibilidade real da consolidação da liderança pela companhia no setor de genéricos, trazendo para o seu grupo a terceira colocada no ranking nacional, atrás da Eurofarma.

“A Sanofi tem falo em US$ 1 bilhão, mas dada a competitividade do setor e a alta de juros, a Medley hoje é uma empresa que vale metade disso, ou algo equivalente a R$ 3 bilhões”, conta um executivo importante do mercado farmacêutico, com trânsito na EMS ao NeoFeed.

Além disso, há um importante ponto logístico que pesa a favor da empresa controlada pela família Sanchez, que é a proximidade entre os dois parques fabris. A sede da EMS, onde a empresa tem uma fábrica, fica em Hortolândia (SP), a apenas 20 quilômetros da unidade da Medley, em Campinas (SP).

Como a EMS já trabalha no plano de expansão, a partir da entrada da companhia no mercado de canetas emagrecedoras, ter uma fábrica próxima de sua principal unidade pode corroborar com o crescimento.

Essa sinergia e pela oportunidade de impedir que outra farmacêutica conquiste essa fatia do mercado, em um público consumidor parecido com o da EMS, que a companhia quer adotar uma postura agressiva e competitiva no certame.

Caso saia vencedora do processo de aquisição, a EMS já decidiu que não irá se desfazer da marca. A ideia é manter a competição nas farmácias entre os genéricos da EMS e da Medley e permitir a disputa na preferência do consumidor.