A Bridgestone planeja compensar perdas no Brasil ao revitalizar sua marca centenária Firestone e aumentar a produção na América do Norte numa campanha de elevar as vendas nos EUA e na Europa em meio a pressões tarifárias.
A fabricante japonesa de pneus espera que seu lucro operacional ajustado para o ano fiscal nas Américas cresça 20,5%, segundo o balanço do primeiro semestre da empresa.
A Bridgestone reduziu pela metade seus custos estimados de tarifas americanas e uma potencial desaceleração econômica dos EUA para 25 bilhões de ienes (US$ 169,3 milhões) e 10 bilhões de ienes, respectivamente, informou.
As estimativas não estão incorporadas na orientação anual, disse a empresa.
“Os EUA são nosso mercado de crescimento e vamos destinar nossos recursos lá”, disse o presidente-executivo Shuichi Ishibashi durante uma entrevista a jornalistas para comentar os resultados na sexta-feira (8). “Vamos compensar as perdas no Brasil com os mercados dos EUA e Europa”, acrescentou.
A América do Norte representou 49% de sua receita total no último ano fiscal.
“A Bridgestone pode atingir as metas de lucro de 2025, se as melhorias no mix de preços continuarem, as vendas se beneficiarem de uma potencial redução nas importações de pneus de baixo custo para os EUA e os esforços de reconstrução de negócios e redução de custos trouxerem ganhos adicionais”, disse o analista sênior da indústria da Bloomberg Intelligence, Tatsuo Yoshida.
As perdas no Brasil tocaram o ponto mais baixo desde o primeiro trimestre, disse a empresa.
A Bridgestone acelera esforços de reestruturação e controles de custo em locais-chave, incluindo sua fábrica de Santo André. A gestão mira retorno à lucratividade até o quarto trimestre.
“2025 é um ano de medidas emergenciais e resposta à crise”, disse Ishibashi. “Gostaríamos de transformar pressões tarifárias em oportunidade”, acrescentou.
O lucro operacional ajustado do segundo trimestre aumentou 13% em relação ao ano anterior, superando algumas projeções dos analistas.