Financial Times

EUA planejam novas sanções contra Brasil, diz Eduardo Bolsonaro

“Acredito que pode haver uma forte resposta dos EUA, talvez incluindo a esposa de Alexandre de Moraes", disse Eduardo

Deputados aliados ao Bolsonaro atacam texto da reforma tributária
Eduardo Bolsonaro / Foto: Agência Brasil

Os EUA devem impor novas sanções a juízes do STF (Supremo Tribunal Federal) que se recusarem a encerrar o julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado. A declaração foi feita pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro ao Financial Times.

“Sei que [Trump] tem uma série de possibilidades em sua mesa, desde sancionar mais autoridades brasileiras até promover uma nova onda de retiradas de vistos e adotar medidas tarifárias”, disse Eduardo, de acordo com o Valor.

O jornal destacou que Eduardo lidera um lobby em Washington por medidas contra o STF, com o objetivo de evitar que seu pai receba pena de prisão caso seja considerado culpado de conspirar para derrubar a democracia brasileira. Um dos principais alvos das sanções americanas seria o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo contra o ex-presidente.

“Moraes esgotou todas as suas opções”, afirmou Eduardo, em referência ao pedido de prisão domiciliar de seu pai, decretado pelo ministro na semana passada. “Trump ainda não esgotou. Ele ainda tem a opção de dobrar a aposta diante da reação de Moraes.”

“Acredito que pode haver uma forte resposta dos EUA, talvez incluindo a esposa de Alexandre de Moraes, que é seu braço financeiro. Talvez uma nova onda de revogações de vistos, [atingindo] aliados de Alexandre de Moraes”, acrescentou.

EUA: proposta para obter receitas da Nvidia e AMD ameaça mercado

Nvidia (NVDC34) e a AMD (A1MD34) concordaram em pagar ao governo dos EUA 15% da receita obtida com determinadas vendas de semicondutores para a China. Os chips envolvidos — o H20 AI Accelerator, da Nvidia, e o MI308, da AMD — haviam sido anteriormente proibidos pela administração Trump e exigem licenças de exportação para serem comercializados.

Mesmo em um governo que já ultrapassou repetidas vezes os limites legais no uso de medidas econômicas para remodelar o cenário global de negócios, esse novo acordo com as duas gigantes de tecnologia está acendendo alertas entre especialistas em comércio internacional.

“Chamar isso de incomum ou sem precedentes seria um eufemismo chocante”, afirmou Stephen Olson, ex-negociador comercial dos EUA e atualmente membro do ISEAS – Yusof Ishak Institute, em Cingapura, segundo o InfoMoney. “O que estamos vendo é, na prática, a monetização da política comercial americana, na qual empresas dos EUA precisam pagar ao governo para ter permissão de exportar. Se for esse o caso, entramos em um mundo novo e perigoso”, acrescentou.