CDBs e títulos

Renda fixa é o tipo de investimento preferido dos brasileiros

A associação divulgou nesta segunda-feira (11) dados relativos à movimentação financeira por pessoas físicas em corretoras, bancos e plataformas de investimentos no Brasil

Na Bolsa de Valores
(Foto: Pixabay)

O segmento de renda fixa foi o que mais cresceu na carteira de investidores durante o primeiro semestre de 2025, disse a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

A associação divulgou nesta segunda-feira (11) dados relativos à movimentação financeira por pessoas físicas em corretoras, bancos e plataformas de investimentos no Brasil, disse o E-Investidor.

No total, o volume movimentado durante o semestre chegou a R$ 7,9 milhões, o que representa uma alta de 6,8% em comparação ao semestre anterior.

O segmento de renda fixa foi o que mais apresentou crescimento na carteira dos investidores durante o período avaliado e continua predominante, com uma fatia de 58,9% em junho ao lado de 58,1% em dezembro de 2024.

A renda variável teve um leve recuo de 13,4% para 13,1%, e os ativos hibridos – fundos multimercado, fundos de índice (ETFs), fundos imobiliários (FIIs) e certificados de operações estruturadas (COEs) – caíram de 10% pra 9,6%. A previdência permaneceu estável em 18,3%.

Quase metade do volume financeiro, 46,6%, aplicado pelos investidores está em títulos e valores mobiliários, disse a Anbima. Os CDBs (Certificados de Depósito Bancário), que tiveram um crescimento de 9,9% e ultrapassaram a marca de R$ 1,1 trilhão, puxados pelos investidores de varejo e alta renda. As ações vêm em seguida, com R$ 767,3 bilhões; o varejo tradicional foi responsável por 49,7%.

Os produtos isentos continuam como destaque, com R$ 1,388 trilhão. As LCAs (Letras de Crédito de Agronegócio) representaram quase 40% do total, com R$ 536,7 bilhões, seguidas pelas LCIs (Letras de Crédito Imobiliário), com R$ 426,5 bilhões. Effting destacoi a alocação de investidores private.

“CDB e Letras se destacam pela taxa de juros mais alta, além do fato de Letras ainda serem isentas [de imposto de renda], sendo produtos ainda bastante procurados pelo investidor pessoa física”, afirmou.

poupança recuou de 13,1% em dezembro de 2024 para 12% das carteiras em junho de 2025, enquanto os fundos de investimento passaram de 23,4% para 23%. Nesta última classe, os fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs) se sobressaem, com alta de 51% e total de R$ 35,2 bilhões em investimentos — avanço liderado pelo varejo tradicional, responsável por 71,4% do crescimento.

“Em termos de volume, o aumento do FIDC não é o mais significativo, mas, dada a base de onde parte, é expressivo. Isso se deve ao produto ter sido aberto inclusive para investidores de varejo, democratizando o acesso, e ao mercado de pequenas e médias empresas, que se utilizam dessa alavanca para captar recursos”, avalia Effting.

Os fundos de renda fixa e multimercados seguem na dianteira das alocações, com R$ 855,7 bilhões e R$ 532,8 bilhões, respectivamente. Para o segundo semestre, a diretora da Anbima avalia que a renda fixa deve manter a liderança, dado o nível elevado da taxa básica de juros.

Além disso, com a possibilidade de que títulos isentos sejam tributados a partir do ano que vem, o apetite por esses ativos pode aumentar nos próximos meses, conforme investidores busquem garantir o benefício tributário.

Dados gerais

O crescimento do patrimônio líquido foi puxado pelo varejo de alta renda (10,7%), seguido pelo private (5,4%). O varejo tradicional foi responsável por R$ 5,5 trilhões do patrimônio líquido total, com 189,9 milhões de contas. Já o private responde por R$ 2,4 trilhões, com 161,7 mil contas e 66,9 mil grupos econômicos.

De acordo com a presidente do Fórum de Distribuição da Anbima, Luciane Effting, ainda não há dados do volume de investimentos do segmento private remetido ao exterior.Renda fixa e CDBs no destaque

As regiões Norte e Nordeste registraram os maiores crescimentos no primeiro semestre de 2025, com altas de 8,5%, para R$ 142,7 bilhões, e de 7,9%, para R$ 737,8 bilhões, respectivamente. O maior volume financeiro segue no Sudeste, com R$ 5,283 trilhões, seguido pelo Sul, com R$ 1,358 trilhão, e pelo Centro-Oeste, com R$ 420,3 bilhões.