Congresso Brasileiro do Agronegócio

Falta de entendimento é desafio para o mercado de capitais agro

“Faltavam instrumentos; agora, com CRA e FIAGRO, as ferramentas estão postas" declarou um dos participantes.

Painel "Agrobrasil com Crescimento Sustentável: Financiamento e Mercado de Capitais" (Foto: BP Money)
Painel "Agrobrasil com Crescimento Sustentável: Financiamento e Mercado de Capitais" (Foto: BP Money)

Especialistas do mercado financeiro e do setor agropecuário afirmaram que a falta de entendimento é um dos principais desafios para o crescimento do mercado de capitais direcionados para o campo.

Assunto foi debatido durante o painel “Agrobrasil com Crescimento Sustentável: Financiamento e Mercado de Capitais”, no Congresso Brasileiro do Agronegócio (CBA), na tarde desta segunda-feira (11).

Diante de uma significativa redução do investimento de recursos públicos no setor, o agro precisa encontrar novas formas de viabilizar seu funcionamento.

“O mercado de capitais é um instrumento válido, de longo prazo, que permite que o capital gerado aqui no Brasil seja aplicado aqui mesmo.” afirmou Bruno Santana CEO e Fundador da Kijani Investimentos.

A mudança de comportamento já está acontecendo gradativamente. Segundo Flavia Palacios, Diretora da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais da Anbima, o crédito via mercado de capitais já superou o crédito bancário. A chegada dos FIAGROs (Fundos de Investimento nas Cadeias Agroindustriais) também foram citadas como importante fator para a mudança do paradigma.

“Faltavam instrumentos; agora, com CRA e FIAGRO, as ferramentas estão postas” declarou Bruno Gomes, Superintendente de Securitização e Agronegócio da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Mas, apesar de as ferramentas estarem postas, o setor ainda encontra um gargalo para o acesso ao mercado de créditos: a informação. O agro, na opinião de Flavia Palácios, chegou por último na evolução dos instrumentos e esse fator culminou com falta de conhecimento, principalmente dos médios produtores, “que hoje fica no limbo entre o pequeno e o grande”, como afirmou Raphael Silva de Santana, Gerente Nacional de Agronegócios do SICOOB.

Além da falta de conhecimento, Palácios e Santana defenderam que falta o diálogo entre o universo financeiro e o universo do agronegócio. “O produtor rural gosta de ser visitado, quer ser escutado; a presença física é estratégica para o cooperativismo”, decalrou o gerente da Sicoob.