A BRF (BRFS3) declarou que teve lucro líquido de R$ 735 milhões no segundo trimestre de 2025, uma com queda de 32,8% na comparação com o mesmo período de 2024.
Balanço do trimestre foi divulgado na noite desta quinta-feira (14). Informações via Infomoney e Money Times.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, na sigla em inglês) ajustado totalizou R$ 2,5 bilhões, uma queda anual de 4,5%. A LSEG projetava lucro de R$ 762,2 milhões e Ebitda de R$ 2,42 bilhões. A margem Ebitda recuou 1,3 ponto, a 16,3%.
A receita líquida do frigorífico avançou 2,9% na base anual, para R$ 15,365 bilhões. Mesmo com uma queda nos volumes vendidos (1,31%), a BRF viu o preço médio do quilo subir 4,2%, para R$ 12,51.
Separando o segmento brasileiro do internacional, no nosso país, a BRF registrou um avanço de 17,6% da receita, a R$ 8,1 bilhões. A dona da Sadia e da Perdigão atribuiu o resultado a bom desempenho comercial, que levou a um volume recorde de vendas, e à “resiliência do consumo de alimentos” no país.
Já internacionalmente, a receita líquida recuou 4,7%, para R$ 6,7 bilhões. A companhia explica que os bloqueios temporários da carne de frango brasileira, por conta dos casos de gripe aviária, resultou na retração de volumes vendidos.
“Durante o trimestre, diversos destinos importantes para a exportação brasileira de frango, como os países da União Europeia, China, Arábia Saudita, Coreia do Sul, México e Chile, foram bloqueados total ou parcialmente, com alguns bloqueios persistindo até o dia de hoje” disse a companhia.
O custo dos produtos vendidos pelo frigorífico aumentou 2,5% no ano, para R$ 11,2 bilhões. A BRF explicou que resultado foi causado pelo aumento do custo do consumo de grãos e óleos. A companhia também mencionou que a hiperinflação na Turquia sobre suprimentos e serviços pesou, impulsionando os custos.
As despesas operacionais da empresa também cresceram (8,4%) e chegaram a R$ 2,3 bilhões. Entre as justificativas dadas pela BRF estão os gastos com ações de marketing (principalmente no Brasil e no Chile), maiores despesas com logística e com pessoal.
Por fim, a BRF teve um resultado financeiro negativo em R$ 696 milhões, contra R$ 390 milhões um ano antes. Destaque para os maiores gastos com juros, ajustes a valor presente e proteção cambial. A companhia fechou junho com uma dívida líquida de R$ 4,7 bilhões.
“Tivemos um semestre histórico, melhor primeiro semestre da companhia”, declarou o CEO da companhia, Miguel Gularte. “A BRF vê a colheita de uma série de ações que tem feito”, complementou, em coletiva a jornalistas para comentar os números do período.
A diretoria acredita que a China segue sendo mercado relevante. “A China vai voltar a ser um cliente relevante e demandante, e a gente estará preparado para atender. Não podemos determinar uma data, mas cumprimos como país e como setor todas as demandas exigidas”, afirmou Miguel.