A economia do Japão registrou uma expansão anualizada de 1,0% no período entre abril e junho deste ano, segundo dados divulgados pelo governo nesta sexta-feira (15). O avanço superou as previsões, embora analistas ressaltem que o impacto total das tarifas impostas pelos EUA sobre o crescimento só deve ser percebido em divulgações futuras.
As exportações resilientes e os investimentos em capital sustentaram o crescimento no período, reforçando a expectativa de que o Banco do Japão possa retomar a elevação das taxas de juros e avançar na normalização da política monetária.
Impacto das incertezas globais
Por outro lado, economistas alertam que as incertezas econômicas globais, alimentadas pelas tarifas norte-americanas, podem pesar sobre a quarta maior economia do mundo nos próximos meses, segundo a CNN.
A mediana das expectativas do mercado apontava para uma alta de 0,4% do PIB, de acordo com pesquisa da Reuters. No trimestre anterior, houve crescimento de 0,6%, considerando dados revisados.
Na comparação trimestral, o resultado indica alta de 0,3%, melhor que a estimativa mediana de 0,1%.
Montadoras do Japão sofrem com tarifas e iene forte
As duas maiores montadoras japonesas, Honda e Toyota, devem apresentar resultados financeiros mais fracos neste primeiro trimestre do ano fiscal. Na quarta-feira (6) e na quinta-feira (7), respectivamente, as empresas divulgarão seus números, que refletem os impactos das tarifas norte-americanas e da valorização do iene, apesar da demanda por veículos híbridos em seus principais mercados internacionais.
A Toyota deve registrar uma queda de 31% no lucro operacional trimestral, atingindo 902 bilhões de ienes. Este seria o resultado trimestral mais fraco da empresa em mais de dois anos.
Para a Honda, a projeção indica redução de 36%, totalizando 311,7 bilhões de ienes. O desempenho registra a segunda queda trimestral consecutiva da montadora.
As montadoras enfrentam um cenário desafiador no mercado norte-americano, onde as tarifas elevam os preços dos veículos e testam a disposição de compra dos consumidores. Ambas têm adotado medidas como ajustes nos preços de transferência para amenizar o impacto das tarifas de importação.