Na surdina?

Emendas parlamentares somam R$ 279 mi e atingem 304 cidades

Emendas parlamentares somam R$ 279 mi e beneficiam 304 cidades em votações-relâmpago na Câmara, levantando críticas sobre transparência.

Câmara dos Deputados
Câmara dos Deputados / Foto: Reprodução/Marcelo Camargo

As emendas parlamentares movimentaram a Câmara dos Deputados na última semana. A Comissão de Desenvolvimento Urbano aprovou R$ 279 milhões para 304 cidades em apenas 14 segundos. 

Além disso, a decisão ocorreu sem aviso prévio, contrariando diretamente as exigências do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre transparência, publicidade e controle social na aplicação dos recursos públicos.

Falta de transparência envolve aprovação de emendas parlamentares

A legislação determina clareza na distribuição das verbas. Entretanto, a votação não apresentou valores nem autores das indicações.

Depois da sessão, documentos internos revelaram os detalhes: quantias, parlamentares responsáveis e municípios beneficiados. Inclusive, alguns deputados, como Reginaldo Lopes (PT-MG) e Reimont (PT-RJ), declararam surpresa com a aprovação de suas próprias emendas.

Outras comissões aceleram emendas parlamentares

Além do Desenvolvimento Urbano, outros colegiados também adotaram votações rápidas. Por exemplo, a Comissão de Saúde liberou recursos em 20 segundos, enquanto a de Integração Nacional concluiu sua análise em apenas oito segundos.

No total, seis comissões aprovaram mais de R$ 7 bilhões. Portanto, a velocidade e a falta de debate ampliaram críticas e reforçaram dúvidas sobre transparência.

Partidos e cidades concentram valores das emendas parlamentares

O PT liderou a lista de partidos beneficiados, com R$ 64 milhões. Logo depois, vieram MDB, Republicanos e PSD.

Em relação às cidades, Macapá recebeu R$ 6 milhões, enquanto Ribeira do Pombal, Itapevi e Vargem Grande Paulista também ficaram entre as mais contempladas. Já São Paulo destacou-se entre os estados, com R$ 43 milhões destinados.

Estratégia política acelera liberação das emendas parlamentares

De acordo com interlocutores, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), coordenou a aceleração das liberações. O movimento buscou fortalecer sua posição política após enfrentamentos com a oposição.

Além disso, mesmo sem caráter obrigatório, as emendas de comissão ganharam destaque desde o fim do orçamento secreto. Por essa razão, tornaram-se ferramenta estratégica de negociação entre partidos e lideranças.