O déficit dos EUA crescerá quase US$ 1 trilhão a mais do que o previsto anteriormente. O CRFB (Comitê para um Orçamento Federal Responsável) revelou que o déficit acumulado entre 2026 e 2035 atingirá US$ 22,7 trilhões.
A projeção supera em quase US$ 1 trilhão os US$ 21,8 trilhões estimados pelo Escritório de CBO (Orçamento do Congresso) em janeiro.
Esse aumento decorre principalmente das mudanças recentes em políticas fiscais e comerciais. O CRFB já considerou os impactos da legislação de cortes de impostos, dos novos gastos públicos e das tarifas implementadas durante o governo Trump.
Enquanto isso, o CBO decidiu não publicar sua tradicional atualização orçamentária de meio de ano. Como resultado, o relatório do CRFB ganhou ainda mais importância para o debate fiscal nos Estados Unidos.
Déficit dos EUA pode ultrapassar US\$ 2,6 trilhões até 2035
De acordo com o CRFB, o déficit dos EUA chegará a US$ 2,6 trilhões em 2035, o equivalente a *5,9% do PIB. Em 2025, o valor será de US$ 1,7 trilhão, representando *5,6% do PIB.
Além disso, os juros da dívida federal pesarão significativamente nas contas públicas. O CRFB projeta que os pagamentos líquidos de juros somarão US$ 14 trilhões ao longo da próxima década. Em 2025, os juros representarão *3,2% do PIB, e, em 2035, esse índice subirá para 4,1%.
Portanto, se nenhuma medida de correção for adotada, a trajetória fiscal dos EUA poderá se tornar insustentável em médio prazo.
Tarifas e cortes de impostos ampliam o déficit dos EUA
A lei de corte de impostos e aumento de gastos ampliará o déficit em US$ 4,6 trilhões até 2035, incluindo os juros adicionais. No entanto, nem tudo representa perda para os cofres públicos.
Por outro lado, as tarifas de importação criadas no governo Trump devem gerar US$ 3,4 trilhões em receita no mesmo período. Essa entrada de recursos, contudo, não compensará totalmente os novos gastos.
Além disso, o CRFB estima que mudanças na elegibilidade de subsídios de seguro-saúde reduzirão o déficit em US$ 100 bilhões até 2035. Outra medida que pode aliviar as contas públicas é a revogação de verbas para programas como ajuda externa e radiodifusão pública, que pode economizar mais US$ 100 bilhões, se mantida.
Déficit dos EUA exige resposta rápida e eficaz
O cenário fiscal preocupa. Mesmo com receitas extras, o déficit dos EUA continuará a crescer e a pressionar o orçamento. A cada ano, os juros consomem uma parcela maior do PIB.
Consequentemente, o Congresso e o Executivo precisam agir com urgência. Caso contrário, o país enfrentará sérias dificuldades para manter a estabilidade econômica nos próximos anos.
Portanto, especialistas recomendam que os EUA adotem políticas de responsabilidade fiscal. Ainda há tempo para ajustar o rumo, mas a janela de oportunidade está se fechando.