O Brics Pay, chamado de “Pix do Brics”, avança rapidamente e promete chegar ao público já em setembro de 2025. O sistema realiza pagamentos instantâneos entre os países do bloco, reduz custos e acelera transações internacionais.
Além disso, ele complementa os sistemas existentes, oferecendo alternativa mais ágil e econômica para empresas e consumidores. Segundo Andrey Mikhailishin, chefe do grupo de trabalho de serviços empresariais do Conselho Empresarial dos Brics, os testes piloto avançam com parceiros estratégicos e apresentam resultados encorajadores.
Enquanto ajusta detalhes técnicos para garantir estabilidade e segurança, a equipe mantém o cronograma previsto. Dessa forma, o Brics Pay prepara terreno para uma experiência de usuário fluida, confiável e rápida.
Brics Pay reduz dependência do dólar
O sistema utiliza o Decentralized Cross-border Messaging System (DCMS), inspirado no blockchain, e valida transações em cada nó da rede. Diferente do SWIFT, essa tecnologia reduz riscos, agiliza operações e diminui custos de forma consistente.
Além disso, o Brics Pay permite conversão direta entre moedas locais, como real e yuan, sem recorrer ao dólar. Consequentemente, elimina a cobrança dupla de IOF e reduz a exposição cambial. Segundo Maurício Godoi, da Saint Paul Escola de Negócios, isso facilita transações comerciais e torna pagamentos internacionais mais ágeis.
Mesmo assim, especialistas afirmam que o Brics Pay não ameaça a hegemonia do dólar. Para João Ricardo Costa Filho, da FGV, o sistema atinge apenas um dos pilares que sustentam a moeda americana e, sozinho, não consegue substituí-la.
Histórico e integração com o Pix
O conceito do Brics Pay surgiu em 2018 e ganhou força com a criação de uma força-tarefa em 2021. Desde então, a equipe realizou testes variados e recebeu aprovação de todos os capítulos nacionais do Conselho Empresarial dos Brics.
Atualmente, a prioridade está no Brics Pay QR, que conecta sistemas nacionais e internacionais. Além disso, a equipe planeja integração com o Pix brasileiro, permitindo que cidadãos usem QR Code no exterior enquanto visitantes internacionais pagam em comerciantes locais com seus próprios meios de pagamento.
Portanto, se confirmado, o lançamento em setembro marca um passo estratégico para aumentar a inclusão financeira e digitalizar pagamentos entre os onze países do bloco.