A China acelera investimentos no setor petrolífero da Venezuela e aplica mais de US$ 1 bilhão para recuperar dois campos estratégicos. Consequentemente, a CCRC (China Concord Resources Corp) projeta alcançar 60 mil barris de petróleo por dia até 2026.
Apesar das sanções internacionais, a empresa privada chinesa atua de forma intensa no país. Além disso, a China compra mais de 90% do petróleo exportado pela Venezuela, reforçando sua presença estratégica.
Antes das sanções de 2019, a CNPC (China National Petroleum Corporation) liderava os investimentos no setor. Portanto, Pequim mantém crédito ao governo venezuelano e fortalece sua aliança com Nicolás Maduro.
China desenvolve campos Lago Cinco e Lagunillas Lago
No início de 2024, a CCRC negociou para operar os campos Lago Cinco e Lagunillas Lago, na região do Lago Maracaibo, segunda maior produtora do país. Em maio, a empresa assinou contrato de partilha de produção por 20 anos, conforme a Lei Antibloqueio de 2020.
A legislação permite que empresas estrangeiras operem campos venezuelanos e recebam parte da produção. Além disso, protege investidores contra sanções externas. Desde setembro de 2024, a CCRC enviou 60 especialistas chineses e uma sonda de perfuração para reabrir cerca de 100 poços.
Atualmente, os campos produzem 12 mil barris por dia. Entretanto, a CCRC projeta que a produção aumentará gradualmente, atingindo 60 mil bpd até 2026, com até 500 poços operando. O petróleo leve seguirá para a PDVSA, enquanto o pesado será exportado à China.
Sanções criam oportunidades para empresas menores
Executivos da CCRC afirmam que as sanções dos Estados Unidos abriram oportunidades para empresas menores, porque grandes multinacionais evitam investir na Venezuela. Ao mesmo tempo, a PDVSA mantém produção de cerca de um milhão de barris diários, em grande parte devido a licenças especiais que autorizam parceiros estrangeiros a operar e exportar petróleo.
Portanto, o investimento da China fortalece sua influência regional e demonstra como Pequim se posiciona como parceiro estratégico da Venezuela. Além disso, amplia sua presença no mercado global de petróleo, aproveitando oportunidades criadas pelas sanções internacionais.