
O mercado brasileiro de criptoativos vem ganhando cada vez mais protagonismo. Com discursões a respeito da regulação desse novo espaço, produtos como cartão cripto vem ganhando cada vez mais espaço.
Entretanto, ainda há muitas dúvidas do grande público a respeito de como esses novos cartões funcionam e até mesmo como essa novidade pode oferecer meios diferentes de usar as moedas digitais.
Em entrevista exclusiva ao BP Money, o gerente de expansão regional da Bitget Wallet na América Latina, Yonn Weigl, explica tudo a respeito do cartão cripto da Bitget Wallet, já disponível no Brasil, e que permite que consumidores gastem suas criptomoedas em estabelecimentos comuns, com a mesma praticidade de um cartão tradicional.
“O cartão funciona com stablecoins, que são moedas atreladas ao dólar. O usuário pode converter qualquer token, como Bitcoin ou Ethereum, em USDC, e carregar o cartão como se fosse um pré-pago. No momento do pagamento, ele faz a conversão automática para real, e o comerciante recebe na moeda local”.
Conversão e taxas competitivas: como funciona na prática
Segundo Yonn Weigl, o cartão hoje aceita USDC na rede base como moeda de operação. A conversão é feita dentro do aplicativo, e o processo é semelhante ao uso de um cartão internacional.
“Funciona com uma taxa de conversão, assim como acontece ao converter dólar para real. A diferença é que utilizamos stablecoins, o que garante mais estabilidade. Em compras internacionais, não há taxa, já que o pagamento é feito diretamente em dólar”, explicou.
Um dos principais diferenciais do cartão está no modelo de autocustódia. Yonn destaca que esse é um ponto que aproxima o produto da essência da Web3:
“O usuário é detentor do próprio ativo. Ele não depende de bancos ou corretoras para custodiar suas criptomoedas. É uma solução que reforça a descentralização, raiz da Web3”.
Além disso, ele ressaltou o impacto da funcionalidade em países que enfrentam alta inflação:
“Estando posicionado em dólar, você se protege em momentos de volatilidade. É uma vantagem grande para consumidores da América Latina, que muitas vezes sofrem com desvalorização da moeda local”.
Benefícios para usuários: cashback e acessibilidade
Entre os benefícios do cartão, Yonn citou tanto a praticidade no uso cotidiano quanto os incentivos financeiros:
“Para mim, o ponto mais atrativo é poder usar todas as criptomoedas que já estão no dia a dia do usuário. Basta convertê-las para o USDC e pagar em qualquer local que aceita Mastercard. Além disso, temos taxas competitivas, entre as mais baixas do mercado”.
Ele acrescentou ainda que a empresa está oferecendo cashback temporário de até 20% em cripto, limitado a 10 dólares, além de descontos na taxa de ativação.
“São benefícios que ajudam a tornar o cartão parte da rotina, não apenas um recurso eventual”.
Privacidade e legislação: como funciona a relação com a Receita
O executivo também falou sobre privacidade, tema sensível quando se trata de finanças digitais. Ele esclareceu que a empresa respeita as normas em vigor:
“A declaração de bens e direitos é responsabilidade exclusiva do usuário, ja que a Bitget Wallet é uma carteira autocustodial e descentralizada. O importante é que tudo está dentro da legislação brasileira”.
Yonn observou ainda que o limite diário de gastos do cartão é de R$ 5 mil, o que mantém o uso em linha com as regras.
Outro ponto ressaltado foi a integração entre a Wallet e a Bitget Exchange:
“O usuário pode sincronizar as duas contas, o que facilita transferir fundos de uma corretora centralizada para uma carteira autocustodial. Isso permite transformar os tokens guardados na corretora em meios de pagamento no dia a dia”.
Em suma, tudo indica que produtos como o cartão cripto da Bitget Wallet, são inovações que vieram para ficar. Dessa forma, Yonn destaca que o cartão já atrai, principalmente, quem vive da renda em criptomoedas.
“O público mais forte é formado por traders e nômades digitais. São pessoas que trabalham em home office, vivem conectadas ao ecossistema Web3 e buscam independência financeira. Para esse grupo, o cartão é quase uma extensão natural da vida digital”.
O futuro dos cartões cripto e a concorrência
Apesar de acreditar no potencial de crescimento, Yonn ponderou que ainda há espaço para evolução tecnológica e regulatória.
“Não digo que os cartões cripto vão substituir os cartões tradicionais, mas eles vão se integrar cada vez mais à rotina, assim como já acontece com métodos como o Pix. A tendência é coexistirem”.
O executivo ressaltou que o lançamento no Brasil é apenas o primeiro passo da estratégia da Bitget Wallet na região.
“Escolhemos o Brasil como teste inicial, e a aceitação está sendo muito boa. O próximo passo é expandir para outros países da América Latina”.
Ele destacou também a força das comunidades cripto no País:
“O diferencial do Brasil é o engajamento das comunidades. Elas abraçaram o cartão, ajudam a divulgar e dão feedbacks valiosos. Isso faz do País o mercado mais estratégico da região”.
Próximos passos: cartões personalizados para comunidades
Entre as novidades em desenvolvimento, Yonn revelou que a empresa estuda lançar versões personalizadas do cartão em parceria com comunidades cripto.
“Queremos criar cartões co-branded, com identidade visual e benefícios próprios. Pode ser cashback em tokens de projetos específicos ou vantagens exclusivas para membros de cada comunidade”.
Na mensagem final, Yonn ressaltou que a Bitget vê a educação como fator essencial para adoção em massa.
“Muita gente ainda vê a cripto apenas como investimento, mas ela também pode ser ferramenta prática no dia a dia. Precisamos educar o público para mostrar a utilidade, seja em transferências ou pagamentos. Quanto mais conhecimento, maior será a adesão”.