Alimentos perecíveis

Governo anuncia compra de itens afetados pelo tarifaço

Alimentos serão usados na merenda escolar de instituições públicas de ensino, hospitais, restaurantes universitários e para as Forças Armadas.

Açaí está entre os itens listados
Açaí está entre os itens listados

O governo federal anunciou a compra de açaí, uva, água de coco, mel, manga, pescados e castanhas diretamente de produtores – tanto familiares quanto empresas – afetados pela tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil imposta pelos EUA.

Adquiridos sem necessidade de licitação, os produtos serão usados na merenda escolar de instituições públicas de ensino, hospitais, restaurantes universitários e para as Forças Armadas. A medida divulgada conjuntamente pelos ministérios da Agricultura e Pecuária e do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar (MDA) já está valendo e não tem data para terminar.

“Nós já temos um potente programa de compras públicas. Os preços levam em consideração uma remuneração adequada ao produtor”, afirmou o ministro do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar, Paulo Teixeira. O governo age principalmente para evitar a perda desses produtos perecíveis, já que não há solução imediata no mercado internacional.

Apesar de carne bovina e café também terem sido taxados pelos norte-americanos, o governo brasileiro decidiu por deixá-los de fora da lista por considerarem que são produtos com maior facilidade de diversificação de mercados e maior durabilidade.

 “O café, hoje, tem um mercado grande no mundo inteiro. Há falta de café e há outros mercados que querem o café brasileiro. A carne igualmente, porque tem outros mercados e pode ser congelada. São produtos com validade maior”, comentou Teixeira.

Café sobe 30% em agosto, com tarifaço e escassez

As tarifas de 50% impostas pelo governo Trump ao café brasileiro desde o início do mês estão impulsionando os preços internacionais da commodity e o fechamento de contratos de café do Brasil para a Europa e Ásia neste mês.

Na ICE (Intercontinental Exchange), o contrato para dezembro saiu de US$ 287,55 por saca em 31 de julho para US$ 378,30 por saca na sexta-feira (22), uma alta de 31,6% no mês de agosto.

O presidente do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), Márcio Ferreira, diz que com a tarifa imposta por Trump, os compradores americanos pararam de comprar do Brasil e passaram a buscar grãos de outras origens. Mas, devido à oferta global escassa, os preços da commodity subiram mesmo no fim da colheita brasileira do café arábica.