O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (27) o aumento do tarifaço de importação sobre quase todos os produtos indianos. Ele elevou a taxa para 50% e colocou a Índia no mesmo patamar do Brasil, que já enfrenta a cobrança recorde. Assim, os dois países tornam-se os únicos a lidar com barreiras comerciais tão elevadas em Washington.
Trump justificou a decisão como retaliação pela compra contínua de petróleo russo por parte da Índia. Apesar das advertências americanas, Nova Délhi manteve os negócios energéticos com Moscou. Por isso, a Casa Branca decidiu agir com firmeza e intensificar a pressão.
O impacto atinge diretamente os laços econômicos entre as duas nações. Atualmente, dois terços das maiores empresas dos Estados Unidos mantêm operações na Índia. Dessa forma, o aumento tarifário reduz a competitividade dessas companhias e ameaça o desempenho do mercado acionário indiano, o quarto maior do mundo, que recebe bilhões de dólares em investimentos estrangeiros.
Tarifas dos EUA pressionam cadeias produtivas e investidores
Segundo o The New York Times, as tarifas de Trump prejudicam planos de importadoras americanas que transferiram parte da produção para a Índia. Muitas companhias buscavam diminuir a dependência das fábricas chinesas. Entretanto, a nova cobrança contradiz essa estratégia e gera incerteza no setor produtivo.
Além disso, a medida surge logo após Trump declarar uma trégua comercial com a China. Esse contraste surpreendeu investidores internacionais e aumentou a percepção de risco. Como consequência, crescem as expectativas de instabilidade no comércio global e maior volatilidade nos mercados emergentes.
Tarifaço amplia tensão entre Washington e Nova Délhi
A Índia acreditava que sua importância estratégica para os Estados Unidos garantiria isenção. O primeiro-ministro Narendra Modi também apostava na boa relação pessoal com Trump. No entanto, a decisão confirmou a vulnerabilidade das economias emergentes diante da imprevisibilidade da política americana.
Agora, Índia e Brasil compartilham o mesmo desafio: enfrentar tarifas de 50%, o nível mais alto já imposto por Washington a qualquer parceiro comercial.