Em recuperação

Banco do Brasil (BBAS3): ações oscilam com alta da inadimplência

Inadimplência rural pressiona provisões do Banco do Brasil, enquanto crescimento das PMEs ajuda a equilibrar resultados em julho.

Banco do Brasil (BBAS3)
Banco do Brasil (BBAS3) / Foto: Divulgação

O Banco do Brasil (BBAS3) registrou forte oscilação nesta quarta-feira (27) após o Banco Central divulgar dados de crédito. Inicialmente, os papéis caíram 2,21%, a R$ 19,93, devido à alta da inadimplência rural. Contudo, ao longo da manhã, os ativos se recuperaram e, às 11h55, avançavam 0,49%, a R$ 20,48.

Investidores já enfrentavam cenário desafiador, marcado por resultados recentes e incertezas da Lei Magnitsky. Por isso, qualquer notícia negativa impactou rapidamente o mercado. A divulgação do BC reforçou a atenção ao setor rural, que apresentou aumento significativo na inadimplência, pressionando provisões futuras do banco.

O Banco Central mostrou crescimento de 1,2% nas concessões de crédito em julho ante junho, enquanto o estoque total subiu 0,4%. Entretanto, a inadimplência nos recursos livres subiu para 5,2%, patamar mais alto desde novembro de 2017. Assim, o risco sobre a provisão do Banco do Brasil no terceiro trimestre aumentou.

Empréstimos corporativos aceleram, enquanto individuais desaceleram

Os empréstimos corporativos avançaram 9,5% em relação ao ano anterior e se mantiveram estáveis frente a junho. Por outro lado, os empréstimos individuais desaceleraram para 11,5% na mesma base anual, recuando 40 pontos-base em relação ao mês anterior. Consequentemente, os spreads médios caíram 20 pontos-base em julho, atingindo 20,3%.

O Bradesco BBI destacou que os NPLs de 90 dias se deterioraram, com alta de 20 pontos-base nos empréstimos individuais e 90 pontos-base nos rurais. Além disso, cartões de crédito e empréstimos pessoais registraram aumento na inadimplência. Portanto, as despesas de provisão do Banco do Brasil no terceiro trimestre podem sofrer pressão adicional.

Crescimento das PMEs ameniza impacto negativo no Banco do Brasil

Apesar da inadimplência em alta, as PMEs cresceram 3,0% em julho, contribuindo para reduzir parcialmente os efeitos negativos sobre o banco. Assim, a expansão dos empréstimos corporativos e o avanço das PMEs reforçam a resiliência do portfólio do Banco do Brasil e aumentam confiança do mercado.