Salto importante

Acordo EFTA-Mercosul será assinado em setembro e impulsiona comércio

Acordo entre Mercosul e EFTA abrirá mercados, eliminará tarifas e deve gerar bilhões em investimentos e comércio entre os países envolvidos.

Bandeira Mercosul / Agência Brasil
Bandeira Mercosul / Agência Brasil

O acordo Mercosul e a EFTA — Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein — assinarão o acordo de livre comércio no Brasil em 16 de setembro. Ragnhild Sjoner Syrstad, secretária de Comércio da Noruega, afirma que o tratado representa uma vitória para o comércio baseado em regras.

Além disso, ela destaca que a assinatura estimulará investimentos, abrirá novas oportunidades e fortalecerá relações econômicas estratégicas entre os blocos. O acordo eliminará integralmente tarifas de importação nos setores industrial e pesqueiro assim que entrar em vigor.

Consequentemente, ele beneficiará cerca de 300 milhões de pessoas e envolverá países com PIB combinado superior a US$ 4,3 trilhões. Para o Brasil, o acesso ao mercado da EFTA contemplará quase 99% do valor exportado, abrangendo tanto setores agrícolas quanto industriais.

Benefícios econômicos para o Brasil

O governo brasileiro estima que o acordo aumentará o Produto Interno Bruto em R$ 2,69 bilhões e elevará investimentos em R$ 660 milhões até 2044.

Além disso, as projeções apontam impacto positivo de R$ 3,34 bilhões nas exportações e R$ 2,57 bilhões nas importações, gerando saldo favorável de R$ 770 milhões. No entanto, o tratado dependerá da aprovação do parlamento de cada país da EFTA, e a expectativa é que entre em vigor até o final de 2026.

Histórico e negociações

As negociações começaram com um diálogo inicial em março de 2015 e formalizaram-se em junho de 2017, em Buenos Aires. Posteriormente, os blocos realizaram 14 rodadas de negociação e intensificaram os debates no início de 2025 para ajustar o acordo aos avanços recentes.

O tratado abrangerá comércio de produtos e serviços, investimentos, propriedade intelectual, compras governamentais, concorrência, regras de origem, defesa comercial e barreiras técnicas.

Oportunidades estratégicas

Kjetil Elsebutangen, diretor de negócios da Noruega, destaca que o Brasil é o principal parceiro norueguês na América Latina, com cerca de 300 empresas instaladas no país.

Além disso, o acordo incluirá um capítulo sobre comércio sustentável, reforçando compromisso com desenvolvimento ambiental e social. Por fim, ele fortalecerá o multilateralismo, garantindo negociações baseadas em regras e respeito ao Estado de Direito.