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Brasil amplia comércio com México e Canadá para reduzir impacto do Tarifaço

Missão liderada por Alckmin busca diversificar exportações e ampliar negócios em alimentos, tecnologia, bioenergia e aviação.

Brasília (DF), 03/12/2024 - O vice-presidente Geraldo Alckmin e presidente Luiz Inácio Lula da Silva participam do lançamento e implementação da Missão 1 do programa Nova Indústria Brasil (NIB), no Palácio do Planalto. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Brasília (DF), 03/12/2024 - O vice-presidente Geraldo Alckmin e presidente Luiz Inácio Lula da Silva participam do lançamento e implementação da Missão 1 do programa Nova Indústria Brasil (NIB), no Palácio do Planalto. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O governo brasileiro reforça a aproximação com México e Canadá após os Estados Unidos imporem tarifas de 50% sobre exportações nacionais. Dessa forma, o país busca reduzir a dependência norte-americana, que ainda concentra mais da metade dos embarques atingidos pelo tarifaço.

Na quarta-feira (27), o vice-presidente Geraldo Alckmin liderou missão empresarial na Cidade do México. Ele esteve acompanhado do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e do presidente da ApexBrasil, Jorge Viana. Além disso, mais de 100 empresários brasileiros participaram do encontro, que também seguirá para o Canadá nos próximos dias.

Portanto, a estratégia reforça a necessidade de diversificação comercial. O governo age com rapidez para ampliar a competitividade e, assim, reduzir riscos impostos pelas barreiras tarifárias americanas.

México e Canadá ganham espaço nas exportações brasileiras

A ApexBrasil identificou 449 oportunidades de negócios em 72 países como alternativas ao mercado dos EUA. Entre eles, México e Canadá se destacam como destinos prioritários.

O México chama atenção pela proximidade logística e pelo crescimento da demanda em alimentos e tecnologia. Em 2023, o Brasil exportou US$ 400 milhões em carne bovina, ante apenas US$ 20 milhões em 2021.

“Estamos falando de dois mercados estratégicos. A logística é tão eficiente quanto a dos EUA, e o nível de diversificação comercial também é elevado”, afirmou Jorge Viana.

Comércio exterior com pragmatismo e novas oportunidades

Alckmin destacou que a missão responde ao novo cenário internacional. Segundo ele, o México já é o sétimo destino das exportações brasileiras. “Estamos aqui para ampliar oportunidades e ouvir o setor produtivo”, disse.

Além disso, a ApexBrasil ressaltou que a aproximação não substitui os EUA, mas cria alternativas relevantes. “Seguiremos dialogando com os americanos, contudo precisamos agir com pragmatismo”, afirmou a instituição.

Café, arroz, carne e inovação no radar

O Brasil busca ampliar vendas de café, arroz, carne e tecnologia. Além disso, o governo vê potencial em bioenergia, transporte e na atuação crescente da Embraer no México.

A empresa já opera mais de 100 aeronaves no país e gera mais de mil empregos locais. Assim, fortalece a cooperação bilateral e amplia a presença produtiva brasileira.

Lula antecipou a importância da diversificação após tarifaço

Carlos Fávaro afirmou que o presidente Lula antecipou a necessidade de abrir mercados. “Essa missão, iniciada no começo do governo, agora se mostra essencial para mitigar os efeitos do tarifaço”, disse.

Por fim, o ministro reforçou que a diplomacia precisa gerar ganhos para ambos os lados. “Viemos oferecer oportunidades ao empresariado mexicano. A relação deve ser ganha-ganha”, concluiu.