Operação Carbono Oculto

Haddad comenta sobre operação que investiga PCC na Faria Lima

“Não tenho dúvidas de que, com o aprofundamento das investigações, a operação chegaria a centenas de bilhões de reais lavados pelo crime organizado”, disse Haddad

(Reprodução: Valter Campanato/Agência Brasil)
(Reprodução: Valter Campanato/Agência Brasil)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), declarou neste domingo (32) que a Operação Carbono Oculto representa uma inovação no enfrentamento ao crime organizado no Brasil. Segundo ele, o esquema alcançou o mercado financeiro, mas não o tradicional.

“Quando a gente fala de Faria Lima, não estou falando do mercado financeiro tradicional. Estou falando de gente que ganhou tanto dinheiro que começou a alugar andares dos prédios mais chiques da cidade”, afirmou, de acordo com o InfoMoney.

Investigações e cifras envolvidas

O ministro destacou que as cifras em jogo são expressivas e tendem a crescer conforme as apurações avancem. “Não tenho dúvidas de que, com o aprofundamento das investigações, a operação chegaria a centenas de bilhões de reais lavados pelo crime organizado”, disse. Apenas em São Paulo, lembrou, já foram identificados R$ 52 bilhões movimentados. “Para chegar a 100, 200, 300 (bilhões)… não precisa de muita coisa”, completou.

Haddad: fintechs terão as mesmas obrigações de grandes bancos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira (28) que, a partir de sexta-feira (29), a Receita Federal vai enquadrar as fintechs como instituição financeira, o que faria com que elas cumpram “rigorosamente” as mesmas obrigações que os grandes bancos. Isso será determinado por meio de instrução normativa.

“Com isso, aumenta o potencial de fiscalização da Receita e a parceria da Receita com a Polícia Federal para chegar nos sofisticados esquemas de lavagem de dinheiro que o crime organizado tem utilizado”, disse o ministro, após coletiva para detalhar as megaoperações deflagradas pela Polícia Federal e Receita Federal na manhã desta quinta-feira (28), que envolvem uma fintech e fundos de investimentos.

Com a medida, Haddad disse que vai ser possível destrinchar outros esquemas de lavagem de dinheiro com muito mais rapidez usando a tecnologia da Receita Federal.

“Para que o trabalho não seja manual, para que o trabalho de inteligência possa contar não apenas com a digitalização, mas também com a inteligência artificial que a Receita já usa em outros procedimentos digitalizados”, disse.