
Os fundos de investimento sustentável alcançaram um patrimônio líquido de R$ 36,8 bilhões em julho de 2025, uma alta de 48,4% em relação a dezembro de 2024 e de 89% frente ao mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
A captação líquida de quase R$ 8 bilhões neste ano já se aproxima do total registrado em 2024, de R$ 9,4 bilhões. O avanço também foi observado no número de contas, que saltou de 80,4 mil em dezembro para 149,8 mil no mês passado.
Apesar do ganho de tração, os fundos IS ainda representam apenas 0,37% do patrimônio líquido total da indústria de fundos, o que evidencia espaço para crescimento.
“A quantidade de fundos, a base de cotistas e o PL continuam crescendo, o que é ótimo”, destacou Carlos Takahashi, diretor da Anbima e coordenador da Rede Anbima de Sustentabilidade, em entrevista à Broadcast.
“Mas segue como um mercado de nicho, mesmo na perspectiva dos gestores, o que implica numa curva de aprendizado mais ampla. Continua o desafio de letramento, tanto dos investidores quanto dos profissionais”, afirmou, de acordo com o Investing.
PCC controla fundos de investimento com R$ 30 bi, aponta Receita Federal
A Receita Federal revelou que o PCC (Primeiro Comando da Capital) controla ao menos 40 fundos de investimento avaliados em R$ 30 bilhões. Esses fundos financiaram a compra de usinas, caminhões e imóveis milionários. A descoberta ocorreu durante uma megaoperação nacional que investiga fraudes no setor de combustíveis.
Segundo os auditores, os fundos atuavam principalmente no mercado financeiro de São Paulo, com integrantes infiltrados na Faria Lima. Além disso, essas estruturas foram utilizadas para ocultar patrimônio ilícito e, portanto, dificultar a rastreabilidade dos recursos. Cada fundo possuía um único cotista, geralmente outro fundo, criando camadas sucessivas de blindagem financeira.
Os recursos financiaram a aquisição de um terminal portuário e quatro usinas de álcool, além de mais 1.600 caminhões usados no transporte de combustíveis. O esquema também possibilitou a compra de mais de 100 imóveis no país. Entre eles estavam seis fazendas em São Paulo, avaliadas em R$ 31 milhões, e uma residência de R$ 13 milhões em Trancoso (BA).