PMI

Tarifas empurram indústria para maior retração em 2 anos

A pesquisa divulgada nesta segunda-feira (1º) mostrou que o índice caiu para 47,7 em agosto

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Foto: FIEMG

O PMI (Índice de Gerentes de Compras) para a indústria do Brasil, divulgado nesta segunda-feira (1º), caiu para 47,7 em agosto, de 48,2 em julho, chegando ao nível mais baixo desde junho de 2023 e ao quarto mês seguido abaixo de 50, marca que separa crescimento de contração. Índice é compilado pela S&P Global.

De acordo com a CNN, a contração da indústria brasileira se aprofundou em agosto com o impacto da política tarifária de Donald Trump e da política monetária restritiva no Brasil, e o setor registrou a deterioração mais forte nas condições operacionais em cerca de dois anos.

A entrada de novas encomendas, segundo a pesquisa, caiu em agosto no ritmo mais rápido em mais de dois anos, com os entrevistados citando o impacto das tarifas dos EUA, além de tendências adversas de demanda e fraqueza da confiança dos clientes.

“Vários participantes da pesquisa PMI indicaram que pedidos previamente acordados foram suspensos”, disse em nota Pollyanna De Lima, diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, sobre as tarifas.

Os dados do PMI expuseram uma fraqueza notável na demanda doméstica, mas também queda nas encomendas internacionais pelo quinto mês seguido. Os dados indicam que o crescimento das vendas para Europa e América do Sul compensou parcialmente a queda nos novos pedidos dos EUA.

A produção da indústria recuou pelo quarto mês seguido, com os participantes da pesquisa citando ainda a política monetária restritiva. O Banco Central manteve em julho a taxa básica de juros Selic em 15% e indicou que ela deverá permanecer nesse patamar por período prolongado. A falta de novos trabalhos e cortes de gastos levaram os produtores a reduzir vagas no mês, com o ritmo de queda de emprego sendo o mais forte desde abril de 2023.

Em contrapartida, a taxa de inflação de insumos foi a mais baixa em 17 meses. As empresas relataram preços mais elevados de produtos químicos, componentes eletrônicos, alimentos e metais, mas custos mais baixos de celulose, algodão, petróleo, resinas e aço.

Como resultado, os preços cobrados tiveram alta apenas marginal, com a taxa de inflação sendo a mais fraca desde março de 2024.