A Reag Investimentos, que ganhou notoriedade nacional na quinta-feira (28) como uma das protagonistas da Operação Carbono Oculto, está em negociações com a Galapagos Capital, gestora do ex-executivo do BTG Pactual Carlos Fonseca. As informações foram obtidas pelo colunista Lauro Jardim, do O Globo.
Na véspera, o BP Money havia divulgado que a Reag Capital Holding anunciou que mantém tratativas para uma possível alienação do bloco de controle da Reag Investimentos, com potenciais interessados independentes, conforme fato relevante divulgado pelas duas companhias.
“As tratativas compreendem, entre outros pontos, a troca de informações sujeitas a acordos de confidencialidade e discussões preliminares sobre termos e condições econômicas e contratuais da possível transação”, informou a companhia.
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A Reag Investimentos é alvo da Carbono Oculto, megaoperação da PF (Polícia Federal). Quando os mandados de busca e apreensão foram anunciados, as ações da companhia derreteram. Apesar disso, a empresa teve uma ascensão considerada rápida para uma administradora fiduciária — atualmente ocupa o primeiro lugar entre os pares independentes.
O crescimento da Reag se deu, até onde se sabe, por meio de negócios envolvendo diversas subsidiárias. No momento, a companhia administra mais de R$ 340 bilhões, segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais).
Segundo informações obtidas pelo NeoFeed, boatos nos escritórios da Faria Lima indicam que o choque não foi apenas pelos mandados ou pelo fato de a empresa ser investigada, mas pela natureza e pelos parceiros/clientes das atividades paralelas da gestora.
“Pouquíssimas pessoas do mercado faziam negócios com ela por diligência. Muita gente sentia que havia algo estranho nas operações, havia pouca transparência nas estruturas. Mas fato é que era uma empresa grande, e uma operação dessas gera quebra de confiança nas instituições do mercado”, disse uma fonte próxima ao assunto, que preferiu não se identificar.
Os mandados fazem parte de uma investigação da PF sobre a atuação do PCC (Primeiro Comando da Capital) em negócios da economia formal. Na última quinta-feira (28), agentes chegaram à sede da Reag, na Alameda Gabriel Monteiro, zona oeste de São Paulo. Além disso, também visitaram outras administradoras em três endereços da Avenida Faria Lima, que concentra as principais empresas financeiras do país.