
As ações do BRB (Banco Regional de Brasília, BSLI4) recuaram com força nesta quinta-feira (4), após o BC (Banco Central) não aprovar compra do Banco Master.
Por volta de 12h, ações ordinárias do BRB caíam 10,84%, a R$ 9,41, tendo chegado a R$ 8,72 no pior momento, enquanto os papéis preferenciais recuava 11,13%, a R$ 10,20, após serem cotados a R$ 9,85 na mínima.
As ações do BRB não fazem parte do Ibovespa, principal índice acionário brasileira, que chegou a subir 0,31% por volta do meio-dia.
BC rejeita compra do Banco Master pelo BRB
O Banco Central decidiu, na noite desta quarta-feira (3), rejeitar a operação de compra do Banco Master pelo BRB (Banco Regional de Brasília).
Segundo apurou a Folha de S.Paulo, pessoas próximas à operação já teriam sido comunicadas da decisão do Banco Central, e é aguardado um comunicado da diretoria do BRB.
O Banco Central tinha um prazo de um ano para tomar sua decisão a respeito da operação, mas se antecipou e optou por indeferir a compra.
A possível aquisição de 58% do Master pelo BRB foi anunciada em 28 de março.
Pelo acordo, o BRB compraria 49% das ações ordinárias (com direito a voto) e 100% das preferenciais do Banco Master, atualmente detidas pela Master Holding Financeira e DV Holding Financeira.
O BRB é uma sociedade de economia mista cujo acionista controlador é o governo do Distrito Federal.
Por ser um banco estatal, políticos locais passaram a contestar o negócio em declarações públicas e reuniões fechadas.
Executivos do BRB, no entanto, defenderam a operação alegando que a compra só envolveria a parte boa do Master.
A versão final do acordo de compra contemplava a incorporação de aproximadamente R$ 24 bilhões em ativos do Master, metade do previsto inicialmente.
O acordo também excluía a participação de Daniel Vorcaro, dono do Master, do controle do futuro conglomerado.
Compra do Master envolta em polêmicas
A operação esteve desde o início envolta em polêmicas. O Banco Master enfrentava problemas de liquidez e dificuldades para honrar os compromissos assumidos com investidores.
Segundo fontes da Folha de S.Paulo próximas a operação, o BC tinha uma preocupação com a sucessão de CDBs emitidos pelo Master.
Mesmo com esses títulos retirados do negócio, o regulador avaliava que havia um risco de corresponsabilidade pelo banco estatal de Brasília.
O jornal O Globo afirma que o BRB já solicitou acesso às justificativas formais para definir os próximos passos e não descarta tentar uma nova proposta, com ajustes que mitiguem as preocupações do regulador.